Hello stranger, como vai você?
Tenho uma camiseta dos Beatles cuja estampa é a evolução capilar do fab four ao longo de quase uma década de ié-ié-ié. Eles foram a primeira grande boy band, e ainda que não tenham inventado a cultura de fã, a beatlemania foi responsável por estabelecer muitos dos comportamentos que continuamos a replicar até hoje.
Um deles é a cronologia capilar. Pelos cabelos dos Beatles é possível construir uma narrativa alternativa da história da banda e também estabelecer um pequeno panorama da evolução de modas e modinhas ao longo dos anos 60: do moptop bem-comportado do início da década até os cabelos grandes (e bigodes!) que marcaram a contracultura e também o crescimento da banda. De um conjunto de garotos bonitinhos que faziam rock dançante para falar de amor, eles se tornaram uma banda madura, que abraçou o experimentalismo e as vanguardas da época (uma revolução, aliás, que começou com o Revolver, disco deles que completou 50 anos esse mês) e mudou pra sempre a história da música. Uau.
O que eu realmente queria dizer é que nunca é só um corte de cabelo. Fã que é fã sabe que questões capilares são extremamente importantes dentro de qualquer fandom.
Esse mês atingimos peak Alex Turner. 10 anos depois do lançamento do primeiro disco do Arctic Monkeys, Alex nunca esteve tão gato e com um cabelo tão bom. Ele também nunca se curtiu tanto, como podemos observar em diversas ocasiões, benzadeus. Por conta disso, decidi que era hora de fazer uma cronologia capilar do moço e, quem sabe, contar de um jeito diferente a breve história da Bostaiada Indie desses nossos tempos estranhos.
Com certeza existe um jeito mais certo e sério de contar essa história, mas o indie pra mim começa com o lançamento do primeiro disco do Strokes, Is This It, em 2001 (que completou 15 anos em julho). O rock estava sendo velado quando isso aconteceu, e o Strokes veio como o Messias no domingo de Páscoa dizer que nem tudo estava perdido. As guitarras rápidas e sujinhas, o estilo de garagem apesar dos grandes contratos, e os cabelos bagunçados daqueles garotos esquisitos e lindos, trouxeram um novo gás pros corações das viúvas do menino rock'n'roll. Alex Turner era uma delas.
Inspirado pelos Strokes e pelos Libertines, como bom clichê de sua geração e de seu país que é, em 2006 ele lançou o primeiro álbum dos Arctic Monkeys, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not. Ele tinha outras influências mais sérias e consistentes também, mas não estamos aqui pela seriedade e consistência, mas sim pela imagem mental do menino Alex, 17 anos e barman em Sheffield, rasgando o jeans e escrevendo "I've got soul and I'm superbad" no tecido.
A banda foi um filhote do Myspace numa época em que se lançar pela internet ainda era novidade e ficou bem famosa antes mesmo do lançamento do primeiro disco. Nessa época várias bandas surgiram como fenômeno explosivo e a salvação de qualquer coisa, por isso gosto bastante de como desde o título do álbum ele já deixa bem claro que não é aquilo que os outros esperam - e a cereja do bolo, a frase "Do not believe the hype", que ele diz antes de começar a cantar I Bet That You Look Good On The Dancefloor no clipe que me apresentou à banda.
Nessa época, entre os 19 e 20 anos, Alexander David Turner tinha um corte de cabelo esquisito - sujo e mal cortado, seguindo exatamente a cartilha dos Strokes. Eu vi o clipe na MTV e senti algumas coisas. Era o início de uma era (que infelizmente ainda dura) de me interessar por esses caras estranhos que me obrigam a dizer "ele tá estranho nessa foto, mas juro que pessoalmente ele é mais bonito" sempre que os apresento para as minhas amigas (que suspiram resignadas e pensam lá vamos nós de novo).
Quando eles tocaram no palco principal do Reading Festival a transição estava completa: com um péssimo corte e ótima pose, Alex definitivamente se transformou num proto-rockstar.
Mais seguro que seus colegas contemporâneos quanto à sonoridade de sua banda, o segundo disco do Arctic Monkeys, Favourite Worst Nightmare, saiu no ano seguinte, em 2007. Contudo, Alex ainda não tinha encontrado sua estética pessoal. Acho que é por isso que ele mergulhou completamente numa proposta anos 60 que até lembra bastante o estilo dos Beatles, com ternos de vô e golinha rulê. Olho para o Alex de 2007 e penso mais ou menos num George Harrison degenerado.
Não estou dizendo que não era bonito.
Foi nessa época que decidi que não gostava de Arctic Monkeys, porque eles eram barulhentos demais e todo mundo gostava e eu tinha que ser do contra de alguma forma. Sempre repensava esse meu posicionamento quando via o clipe de Teddy Picker porque, sinceramente, que homem esquisitinho e adorável nosso menino se tornou. Cantava mal pra caramba (tenho esse sonho de que a banda regrave os dois primeiros discos agora que o Alex aprendeu a cantar, apenas escutem Mardy Bum (minha musicaaa) pré e pós puberdade do menino Turner e chorem com a diferença), mas que lindinho ele era.
É nessa época também que ele começa a namorar Alexa Chung, formando o OTP das nossas vidas. Algum outro dia que estiver com bastante tempo pra jogar no lixo eu escrevo a fanfic que venho laboriosamente escrevendo (na minha cabeça) sobre a história dos dois através das letras das músicas que ele fez pra ela (todas).
A influência dos anos 60 não é aleatória: em 2008, Alex Turner lançaria seu projeto paralelo, o The Last Shadow Puppets, com uma sonoridade carregada de sessentismos e outras heranças que ele pegou emprestado na bagagem trazida por Miles Kane, o outro grande OTP dessa história - que é tão boa que nem configura um triângulo.
Foi com essa carinha que ele lançou o The Age of the Understatement e cantava kiss me properly and pull me apart lá na Rússia, impossível ser mais Guerra Fria fora de época que isso.
Outra importante parceria na vida & obra de Alex Turner aconteceu com o Josh Homme, vocalista do Queens of The Stone Age que produziu o terceiro disco da banda, o Humbug, também conhecido como o disco que separou os meninos dos homens. Sabe, é muito comum no universo da Bostaiada Indie que uma banda estoure como a melhor banda dos últimos tempos da última semana e salvadora das nossas almas, mas a verdade é que poucas delas sobrevivem ao primeiro disco. Cês lembram lá em cima que o Alex dizia que era mais do que os outros pensavam e que era pra gente não acreditar no hype, lembram? É no Humbug que ele se prova.
Nosso herói sai da Inglaterra e vai passar um tempo nos desertos da Califórnia, lugar onde ele mata a cobra e mostra o pau (uuuuh). O Arctic Monkeys não é mais uma banda de garotos magrelos-esquisitos-com-suas-guitarras-rápidas, e sim classuda pra cacete. As músicas soam como poesia escrita no guardanapo apoiado no balcão de um salon, em que o autor acende o fósforo do cigarro na sola da bota, mas também sabe falar de amor. Esse autor usa jaqueta jeans (ou regata com os bracinhos de fora) e cabelo grande, quase cacheado, do tipo que implora pra que você passe a mão nele até o dia clarear.
olar
Desculpa, eu sempre me empolgo quando falo da era Humbug.
Atualmente é o meu disco favorito da banda e acho que minhas letras favoritas do Alex estão aqui: Cornerstone e Secret Door. Todas canções de quem está apaixonadíssimo, mas eu nunca neguei que só tô aqui pelo romance. Os melhores clipes da banda também aconteceram aqui, em especial o de Cornerstone, que estabelece um bom paradigma capilar e de estilo. Nosso mocinho ainda não cansou da gola alta (atenção para a barriguinha discretamente de fora). Jesus conserve.
Bom, e aí aconteceu: em 2011, Alex & Alexa was no more.
Se doeu (e ainda dói) em mim, imagine você o estrago que esse término fez na vida e no coração de Alex Turner. Foram 7 anos até que ele superasse completamente a it girl mais legal do mundo, mas estou me adiantando na história. A tônica do momento é o coração partido, que marca várias das letras de Suck It And See, quarto disco dos Arctic Monkeys. "Você ainda acha que o amor é um jogo ou leva isso um pouco mais a sério?", ele pergunta em Love Is a Laserquest, música que termina com ele se imaginando velho na cadeira de balanço e ainda tentando fingir pra si mesmo que ela foi só mais uma.
O nome disso é dor, gente. Dor e mágoa profunda. E como é o pé na bunda que move o mundo (pelo menos o do entretenimento) foi em algum ponto desse sofrimento que Alex Turner mudou novamente o seu paradigma de estilo pessoal. Entramos na era rockabilly - com uma tatuagem extremamente sexy de brinde.
De gel, topete e franja displicente e milimetricamente jogada na testa, todo o seu estilo é tão apurado quanto o cabelo. Dá pra ver ele se penteado no clipe de Black Treacle, que também é uma das minhas grandes favoritas da banda. Alex começou no Arctic Monkeys como um garoto adolescente cheio de espinhas. Em Humbug, assim como o Eduardo, ele aprendeu a beber e deixou o cabelo crescer. Mas foi só em algum ponto entre o Suck It and See e o AM que ele se metamorfoseou naquilo que vulgarmente chamamos de homão da porra. Ou, colocando de um jeito mais sofisticado como uma de suas letras, you've got that face that just says 'baby I was made to break your heart'.
Ou ainda, e finalmente, num rockstar completo.
Be cruel to me 'cuz I'm a fool for you
Então foi assim: o Humbug marcou o amadurecimento da banda, o Suck It and See ajudou a sedimentar essa sonoridade, que desabrochou lindo-lindo no AM, lançado em 2013. Não é o meu favorito pessoal (embora chegue perto), mas foi aqui que a banda se encontrou definitivamente. E não é uma surpresa que nosso herói Alex Turner pareça estar cada vez mais à vontade consigo mesmo, com um estilo cada vez mais sólido. Quer dizer, até lá tivemos o interlúdio cafajeste. As pessoas têm dessas. Ele parou de SE LAMENTARRRR e passou a ser CRUEL. AM é o famoso álbum Sapeca Neném (tm), do tipo que não te liga de volta no dia seguinte. Ou até liga, mas só quando está chapado. Ninguém segura Alex Turner.
Ninguém está mais a fim de fazer um estrago inconsequente do que o Alex de R U Mine?
O cabelo continua cheio de gel, coisa que já era um crime na época de Friends, mas, misteriosamente, ele faz funcionar. O topete, no entanto, não é mais tão minucioso. O corte se perdeu, os fios caem todo errados na testa, as roupas absolutamente on point ficam meio cafonas, Alex começa a usar mocassins de taxista. Aliás, ele todo fica com cara de taxista carioca, meio personagem do Nelson Rodrigues. Olhem pra esse homem: não é perfeitamente possível visualizá-lo fumando um cigarro na calçada depois de virar uma pinga num boteco pé sujo de Copacabana? Acho que essa é oficialmente a camisa mais feia que ele já usou na vida. E mesmo assim eu iria horrores.
¯\_(ツ)_/¯
Foi nessa fase também que ele começou a descobrir a alegria nos quadris, ainda que discretamente, como podemos atestar em qualquer apresentação de Arabella. A música, aliás, foi sua primeira canção de amor pós-Alexa Chung, dedicada à sua então namorada, a modelo Arielle Vandenberg. Me dói um pouco o coração porque a música tem uns versos de paishão que olha, mas fico um pouco mais calma quando lembro que Do I Wanna Know? e Fireside são 200% Alexa songs. Mas eu estava falando de alegria nos quadris. É nesse momento que o Alex começa a se soltar na vida e nas modas, processo que atingiu seu clímax no ano de 2016 (finalmente!), com o lançamento do segundo álbum do Last Shadow Puppets e a famigerada turnê Everything That You've Come to Expect, que chega ao fim no final de agosto (um minuto de silêncio para esse show perfeito que nunca veremos ao vivo).
Não é à toa que esse momento coincide com o que falei no início do texto, o peak Alex Turner. A vida realmente começa aos 30. Longe de Alexa, porém perto demais de Miles Kane, nosso docinho de pavê nunca se curtiu tanto nessa vida. Fico lembrando que criticavam o garoto por ser apático demais no palco (e era mesmo), e de repente ele virou esse cara que rola no chão, se apresenta com camisa de time de basquete, nunca mais abotoou completamente uma camisa e se recusa a cantar sozinho num microfone se pode dividi-lo com Miles, bem pertinho. Sua nova marca registrada é o lencinho no pescoço, entre nós há tão pouco tempo e já um clássico. Ele também foi ao barbeiro consertar o corte de cabelo e finalmente parou de usar gel.
Alex também está amando: ele agora namora a modelo Taylor Bagley, e foi pra ela que ele escreveu Sweet Dreams, TN. Pelo que observo nas minhas visitas periódicas ao Instagram dela, parece ser um relacionamento estranho e intenso, mas os dois parecem bem felizes. Na letra da música ele diz "baby we ought to fuck seven years of bad luck out the powder room mirror" e eu ficaria meio triste, triste pela Alexa Chung ter que carregar um shade dessa magnitude e poesia nas costas, mas olhando para o Alex de agora e o de 2006, parece mesmo que ele passou por um processo de exorcismo e está melhor agora. Ele chama a Taylor de seu primeiro-dia-de-primavera-com-um-piercing-no-septo, mas quem floresceu foi ele.
É como eu disse há algumas edições: mudar é top.
Ai ai. O pouco de condição que eu tinha ficou perdido em algum ponto da tag The Last Shadow Puppets que visito diariamente no Tumblr. Preciso superar Alex Turner, por isso esse crash course de sua vida & obra pra ver se me canso de pensar nele e tudo que envolve (romance, cabelo bom e jaqueta de couro) (até agora nada).
Quando comecei a pesquisar as fotos para colocar aqui, meu primo Pedro estava me ajudando e começou a fazer sua versão da narrativa pessoal de Alex Turner a partir das guitarras que ele usa. Parecia bem interessante, mas desconfio que meu público prefere falar de cabelo. Ainda bem. Fã que é fã entende, e se você não for fã de nada eu realmente sinto muito pela sua vida vazia.
Essa semana (preciso recuperar o controle sobre essa newsletter e voltar a mandá-la às segundas) realmente não fiz nada além de trabalhar e assistir às Olimpíadas. Ainda estou com tanta dor no coração pela derrota dupla das mulheres no vôlei e no futebol que nem tenho vontade de escrever sobre os acontecimentos recentes ou como eu chorei vendo o Thiago Braz ganhar o ouro no salto com vara. Não é mágico chorar de felicidade pela vitória de alguém que até meia hora atrás você não conhecia, numa modalidade que você sequer acompanhava?
Apesar dos revezes, ainda amo as Olimpíadas.
Encontrei um vizinho no elevador ontem e ele disse: "E aí, tá curtindo os jogos?" e até agora estou atordoada pensando se ele disse isso pra ser educado ou foi uma indireta bem-humorada aos meus gritos na frente da televisão. Que bom que ele também gosta de esportes, já que é meu vizinho de cima e deve ser meio chato ficar me ouvindo berrar por causa de vôlei à uma da manhã.
Pedro passou o fim de semana aqui e a única coisa que fizemos foi ver Olimpíadas. Ainda saí um dia para tomar ~fancy drinks~ com os amigos e ele ficou em casa pra ver o futebol. No único intervalo que fizemos, começamos a ver um documentário bizarrão sobre cientologia, Going Clear: Scientology and the Prison of Belief (tem na Netflix junto com esses outros 18 docs que parecem ótimos) (queria ver mais documentários), mas dormi nos primeiros 15 minutos. Ainda quero assistir porque adoro essas coisas estranhas e já meio que fiz um trabalho sobre cientologia na quinta série (?). O documentário é baseado no livro de mesmo nome do Lawrence Wright, jornalista que ganhou o Pulitzer por um livro sobre a Al Qaeda que eu nunca terminei de ler, mas lembro de ser muito bom. O problema é que eu não sou uma pessoa séria.
Mas voltando às Olimpíadas, sábado tem Brasil x Alemanha, o retorno (ou a vingança?). Sou uma das maiores entusiastas do 7x1 no mundo, acho que o episódio foi uma derrota tão absurda e ridícula que se tornou maravilhosa, a coisa mais Brasil que poderia acontecer depois de uma Copa perfeita em casa. Eu realmente já revi o jogo umas 2 vezes e me diverti em todas. Shakespeare não teria feito melhor. Ainda assim, saber que vamos jogar de novo com a Alemanha fez ressurgir as coisas que senti naquele dia 08 de julho antes de achar tudo engraçado demais. Porque o dia mesmo foi horrível. Doeu. Nem foi de tristeza, mas de desespero e vergonha mesmo. Doeu demais. Não sei se vou ter coragem de assistir esse jogo.
Links, links, links
- How I accidentally became a celebrity gringo in Brazil: eu já falei que sou #colonizada e nem tenho vergonha, né? Nessas, adoro ler gringos falando sobre o Brasil. Gringos legais. Tipo o australiano que viralizou depois de postar fotos num boteco carioca e ter elogiado demais o nosso frango. Ele é repórter do Huffington Post e nesse texto conta um pouco como foi a experiência de virar um gringo famoso.
- O impedimento do futebol feminino: não acompanho o futebol feminino, mas me apaixonei pela nossa seleção brasileira. Chorei de alegria quando elas ganharam nos pênaltis, chorei de tristeza sofrida quando elas foram eliminadas nos pênaltis. Esse texto da Babi conta um pouco da trajetória das mulheres nesse esporte e ainda deixa vários links pra quem quer se aprofundar no tema.
- In defense of Green Day: já que hoje estamos narrando a história de bandas, esse texto fala da história do Green Day e defende a banda dos argumentos incansáveis dos punks preciosistas que insistem em dizer que a banda é vendida. Ainda que seja, é uma banda muito boa.
- VEDA da Noelle: parei essa semana pra ver alguns vídeos da Stephanie Noelle e gostei muito do que ela está fazendo no VEDA desse ano. Meus favoritos até agora são: Eu Sou Trouxa, Meus Piercings e + Umas Coisinhas, Tudo que Vocês Perguntaram, Tem Jeito Certo de Viver?.
- Newsletter da Nath, do Drops de Anis: porque eu leio o blog dela desde 2008 e estou adorando receber suas cartinhas semanalmente.
Ufa, agora acabou!
Obrigada por ter chegado até aqui e perdão pelo excesso de heterossexualidade da edição. Um beijinho pra você :*
Stay beautiful e não acredite no hype!
Yours truly,
Anna Vitória
Sempre que quiser, responda essa newsletter como um e-mail normal e escreva para mim, vamos continuar conversando depois que o sinal bater.
Twitter * Instagram * Valkirias