*caham* Hello stranger, como vai você?
Sempre que volto dessas minhas viagens bate um negócio estranho que costumo chamar de ressaca emocional, um processo parecido com uma despressurização depois de dias tão frenéticos, cheios de eventos e pessoas, e pouco - ou nenhum - tempo de sobra pra respirar, absorver, sentir. Como uma mergulhadora que depois de muito tempo embaixo d'água precisa de uns dias numa câmara especial para que seu corpo se adapte com a pressão da superfície, preciso de alguns dias meio *nada* pra ficar deitada na minha cama olhando pro teto, sem fazer ou pensar em muita coisa, para que minha cabeça se acostume com a realidade.
Minha mãe passou alguns dias viajando e pude contar com a ajuda de ter a casa toda pra mim, alguns dias de chuva e frio lá fora, e a chegada de The OC na Netflix.
Para todos os efeitos, The OC é a série da minha vida. Esse tipo de coisa a gente não escolhe - se fosse pra escolher, definitivamente seria Gilmore Girls - a vida coloca pra você. Comecei a assistir a série em 2005, numa época estranha vida: meus pais tinham acabado de se separar, comecei a estudar de manhã, entrei no fundamental II, tinha vários professores, meu trio de melhores amigas estava se quebrando e eu passava muito tempo sozinha na frente da televisão. Eu tinha só 11 anos, mas já não me sentia mais uma criança. Não só porque de repente meus pais não estavam mais juntos e me vi obrigada a mudar de casa, de vida, e tudo que até então eu conhecia como normalidade mudou drasticamente, mas porque nunca me senti exatamente confortável sendo uma criança.
Chega o dia das crianças e vejo as pessoas com uma saudade gostosa da infância e não sei o que é isso. Eu odiava ser criança e digo isso como pessoa que teve uma infância que foi, para todos os efeitos, perfeita. Tive festas de aniversário, amigos, apresentações de dança, os brinquedos da moda, pais amorosos, avós que faziam bolos, tudo em seu devido lugar, mas... faltava alguma coisa. 9 anos de idade e eu já era personagem de um spin-off bizarro da Betty Friedan, algo como A Mística Infantil: Olha Quem Está Infeliz Agora. Então veio 2005, o ano que meus pais me sentaram numa mesa e explicaram a vida como ela era, porque eles acreditavam que eu já era madura o suficiente pra entender, começaram a me deixar sozinha em casa, e eu descobri The OC, programa que foi ao mesmo tempo um escape e uma promessa.
Não foi uma época boa, mas foi o momento que senti que finalmente estava começando a viver uma vida que fosse realmente minha.
Reassistindo a série hoje vejo que meu apego por ela faz mais sentido do que eu pensava: The OC não só me oferecia uma expectativa irreal e distorcida de adolescência, mas mostrava personagens que também estavam passando por coisas horríveis ao mesmo tempo que experimentavam as coisas boas inesperadas que as mudanças poderiam trazer. O caso do Ryan é o mais óbvio, já que a série começa com ele sendo expulso de casa pela mãe alcoólatra, depois de ter ido parar na cadeia pra acobertar o irmão num roubo de carro. É um caminhão de merda nas costas de um garoto de 16? 17 anos? (trívia: Ben Mckenzie tinha 25 anos quando a série estreou), mas foi por conta disso que ele conheceu os Cohen, foi adotado e teve a chance de recomeçar. Já Marissa Cooper nos 5 primeiros episódios enfrenta a falência do pai, humilhação pública, separação dos pais, traição do namorado e overdose, outro caminhão de merda na vida de uma garota de 16? 17 anos? (trívia: Mischa Barton tinha de fato 17 anos quando a série estreou) que já sofria de alguns transtornos psicológicos, mas foi essa sucessão de tragédias que também a libertou daquela névoa de aparências em que ela vivia, lhe dando a chance de ser um pouco mais ela mesma (ainda que de um jeito nem sempre saudável).
Seth Cohen, com anos de bullying nas costas, vivia isolado na sua ilha de falsa segurança, com quadrinhos e bandas indie, até ter coragem para sair da sua zona de conforto com a chegada de Ryan, seu primeiro amigo de verdade. Ele também precisa aprender a ter confiança nele mesmo (confidence, Cohen) para que as coisas aconteçam - para depois lidar com as consequências do excesso de confiança e vida autocentrada. Summer se apaixona pela primeira vez por alguém que não era quem ela esperava, e além de ter que lidar com isso, ela enfrenta a rejeição pela primeira vez na vida. SÃO MUITAS COISAS ACONTECENDO!!!! AS PESSOAS SENTEM MUITO E NÃO SABEM O QUE FAZER COM ISSO!!!!!!1 É TUDO HORRÍVEL E MARAVILHOSO AO MESMO TEMPO!!!!!!111
SENTIMEEEEEEENTOOOOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!111
É claro que em 2005 eu não tinha noção de nada disso e estava ali pelos romances, pelos barracos e pela trilha sonora. The OC não tinha nada a ver com a minha vida, mas era uma amostra do que eu idealizava que a vida pudesse ser, então uma pré-adolescente que olhava pelo buraco da porta tentando entender aquele mundo dos adultos que, aos poucos, eu era convidada a compartilhar. A sensação não era exatamente boa, mas em The OC era, porque todas as coisas ruins vinham carregadas das experiências que eu queria tanto ter.
Hoje percebo que a série continua não tendo nada a ver com a minha vida: a adolescência chegou e foi embora, e nem por um minuto ela se pareceu com uma daquelas histórias ensolaradas, cheias de festa, beijos na chuva e brigas de soco. Em 2005 eu via The OC como algo distante e hoje também, mas de um jeito diferente. Assisto a série com o distanciamento de quem chegou do outro lado e consigo olhar para aquela história como algo que passou, que passa. Isso não quer dizer que ela foi superada - minha amiga Rafinha disse que The OC não é algo que as pessoas simplesmente superam, principalmente se essa pessoa se chamar Anna Vitória - mas que agora consigo dar a ela o status de sonho, algo eternamente irreal e, por isso, perfeito. Gilmore Girls sempre foi de verdade demais pra isso.
Quando penso em The OC, lembro de dois verbos do inglês que gosto muito, longing e yearning. Os dois expressam desejo, saudade, ânsia, mas acho que desejo, saudade e ânsia são palavras que não conseguem expressar direito a mistura de urgência e distância que longing e yearning conseguem. É como se as duas falassem de algo inalcançável - o farol verde do Gatsby, as Lisbon em As Virgens Suicidas - e The OC representa essa minha experiência de desejo, saudade e ânsia por algo que nunca vivi.
Digo que é a série da minha vida porque ela representa perfeitamente a experiência de estar sozinha em casa na frente da TV, protegida da realidade, tendo uma amostra de como as coisas poderiam ser, de como eu queria que elas fossem, naquele ano em que tudo começou a mudar e eu precisava desesperadamente de algo (something to long for) que me ajudasse a continuar.
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+ Desejo, nostalgia e memória são temas que povoam a minha cabeça desde sempre e são obsessões pessoais que compartilho com minha life-coach e alma gêmea Tavi Gevinson, por isso vou deixar aqui uma das minhas edições favoritas de todos os tempos da Rookie, de junho de 2013, cujo tema foi Longing. Filtrando o conteúdo, sugiro especialmente a carta da editora, essa lista de filmes e esse pedaço de diário da Naomi sobre seus 19 anos recém completos.
++ Realmente pensei que depois de tantos anos tivesse superado The OC em definitivo, mas percebi que não, não mesmo, quando comecei a pesquisar para fazer um guia dos melhores episódios para o Valkirias. Bastou começar a ler sobre a série, ver fotos e ouvir as músicas pra que se formasse aquele nozinho na garganta daquelas coisas que nunca vão embora.
+++ Por falar em música, um dos primeiros textos que publiquei na internet fora do blog foi sobre a trilha sonora de The OC: Tudo que sei sobre música aprendi com The OC, lá no Move That Jukebox.
++++ Comecei uma playlist no Spotify com a trilha sonora de The OC, eternamente em construção porque vou adicionando as músicas à medida que assisto os episódios, tal qual fazia no ano de 2006 do nosso senhor com o combo Music From The OC (RIP) + LimeWire. Prestigiem: The OChica Mix
+++++ Irei poupá-los das minhas impressões mais banais sobre a série, pra isso existe o Twitter e a hashtag #theochica (obrigada, Bincas, pelo nome perfeito), onde fico na madruga boladona analisando os figurinos e apavorada com o tamanho da identificação com Seth Cohen.
Imagination is addictive. We haven’t had a proper hot day yet this year, so I keep visualising lying in the sun, pure heat on my bare skin. In bed at night, I can almost feel it. I feel powerful when my recollection is that vivid. Whatever happens from now on, I’ll always have that. Sometimes imagination is better than real life can ever be.
{Naomi}
O que me tirou da letargia e da ressaca emocional foi o grande projeto de organização que venho ensaiando empreender há alguns meses, mas que só foi possível com a intervenção da minha mãe e os reforços da Rosana, nossa prima, pessoa iluminada e Personal Organizer™ nas horas vagas.
Rosana ficou quarta, quinta e sexta com a gente para dar conta de dois quartos, três armários e dois banheiros. Além de sermos naturalmente desorganizadas, eu e minha mãe sofremos distúrbios particulares que nos levam a ter uma quantidade assustadora de COISAS: eu sou acumuladora, ela é compulsiva por compras, ou seja, eu não me desfaço das minhas coisas, minha mãe não consegue parar de comprar coisas. DREAM TEAM.
Imagens reais da minha casa na última semana
Não cheguei a contar quantos sacos de lixo, roupas e sapatos saíram dos nossos quartos, mas foram muitos. Quando cheguei de São Paulo em julho, uma das primeiras coisas que fiz foi comprar o livro da Marie Kondo. Depois de tirar duas malas do armário e ele continuar abarrotado de coisas, sabia que tinha chegado no meu limite. Além disso, passar mais de um mês fora foi bom pra ganhar perspectiva sobre as minhas roupas: as que eu levei, obviamente, eram as que eu mais gostava; as que eu deixei pra trás e lembrava sempre, idem; as que eu nem lembrava que existiam eram as que cairiam fora sem dois minutos de reflexão.
Não tive tempo de ler o livro todo e sei que a japonesa é bem sem noção em vários momentos (para isso, recomendo o bate boca que a Nicas teve com ela), mas nunca coisa ela estava certa: não existe critério melhor pra escolher o que fica e o que sai do seu armário do que a pergunta "ISSO ME TRAZ ALEGRIA?". Não sei se é meu lado riponga cada dia mais aflorado gritando aqui, mas consigo fazer a distinção bem clara das roupas que me trazem alegria daquelas que simplesmente existem no meu armário. A gente sempre tem aquelas roupas que, por mais simples e casuais que sejam, fazem com que a gente se sinta bem, feliz e automaticamente mais bonita quando usa. São as roupas da nossa melhor versão de ser humano, que a gente escolhe pra primeiros dias de aula, primeiros encontros, viagens importantes. Eram essas, e somente essas, que eu queria no meu armário, e foram essas, e somente essas, que permaneceram. Eu acho.
Outra coisa brega, porém ótima, que aprendi com Marie Kondo foi que até as peças de roupa cumprem missões na nossa vida e é pensar sobre essas missões que ajuda na hora daqueles desapegos mais difíceis. Um exemplo: minhas calças coloridas. Eu tive uma fase de calças coloridas e não, não tem nada a ver com Cine e Restart. Tinha uma calça vermelha, uma vinho, uma verde e uma azul. A fase passou, mas as calças continuavam lá, porque elas ainda me serviam, porque elas continuavam bonitas, boas e eu continuava gostando delas, só não usava mais. Elas me trouxeram alegria, e que bom que foi assim, mas acabou. Missão cumprida. Mais quatro calças pro saco de doações.
Apesar de muito cansativo, lidar com roupas, sapatos, maquiagens e acessórios foi fácil, mas os livros...................................... Gente, os livros. Os papéis. Que vontade de chorar, bater a porta atrás de mim e nunca mais voltar pro quarto. Depois dos primeiros 40 minutos eu passei sentada no chão com todos os meus livros espalhados, alisando um por um, incapaz de me mexer, minha mãe disse: "Sei que isso é difícil pra você, então vamos deixar isso pra amanhã? Tira essa noite pra refletir, depois a gente continua." A que ponto chegamos, não é mesmo? O problema não é só que eu tenho muitos livros, é que eu tenho muitos livros, pouco espaço e me recuso a tirá-los do meu quarto.
Depois de três dias cedi e topei guardar alguns dentro do armário, outros nas gavetas (três gavetas que antes tinham roupas e eu desocupei), e o resto continuou espalhado pelo quarto no jeito caótico que eu amo. Não cheguei na parte que a Marie Kondo fala dos livros, mas acabei tirando 20 (VINTE!!!!) volumes da minha coleção, que vou dividir entre o sebo, o Skoob Plus e a biblioteca do trabalho da minha mãe.
Não considero o jogo ganho porque ainda falta mexer nos papéis, a parte mais difícil de todas. Dou todas as minhas calças, passo pra frente 10 pares de sapato sem hesitar, mas não. encostem. nos. meus. papéis. São textos de faculdade, anos e anos comprando revistas, guardando cadernos de jornais, aquele monte de piauí que eu juro que vou ler algum dia, as revistas chiques de moda que eu comprei literalmente juntando moedas quando era criança... não tem filosofia japonesa de organização que cure essa doença.
Enfim, os papéis vão ficar pra depois. Lorelai Gilmore me entende. É por isso que depois de três dias de faxina intensa eu e minha mãe tiramos o sábado de folga e saímos pra comprar sapatos. Todos que nos trazem felicidade extrema, eu juro. É por isso que digo que Gilmore Girls é real demais pra ser só um sonho idealizado na minha vida.
Disco da Semana
Olinka Stutz - Nós que Nos Amávamos Tanto (Os Gianoukas Papoulas): Espero por esse disco há cerca de 10 anos, quando nem sabia que ele existia, e também há um ano, quando soube que ele era uma realidade. Sou fã antiga da banda meio que desde sempre e o disco anterior deles, Panorâmica, literalmente estragou de tanto tocar. Ou de tanto pular do som do banheiro, pro som do carro, pro som da piscina nos dias de churrasco, de mão em mão, sem parar. Mas depois de 11 anos (!) os Papoulas voltaram, renasceram, tem disco no Spotify, disco pra download, disco no Soundcloud, e a vida é boa novamente. Não sei definir bem o som deles, é um rock com cara de antiguinho, com letras lindas, que dá pra dançar, dá pra sentir, dá pra sofrer. VocÊs não fazem ideia de como esse CD tem me feito feliz.
Músicas favoritas: todas, realmente todas, mas principalmente Virtudes da Idade (MINHA MÚSICA), No Meio do Caminho, Ideia pra Uma Letra, Segredos e Sem Sol
+ Sexta passada saiu o disco novo da Lady Gaga, Joanne, com uma pegada country que me ganhou completamente e nem preciso explicar os motivos. Fiz uma resenha pro Valkirias, onde falo um pouquinho mais sobre ele e as músicas, mas minha favorita, de longe, é Hey Girl, o hino de migas que o mundo precisava
++ Semana passada também teve clipe novo do The Last Shadow Puppets, um cover de uma música do Leonard Cohen, Is This What You Wanted? Em dezembro vai sair EP novo deles só com covers e só quero saber se vai ter clipe pra todos, se Alex vai exibir novamente os bracinhos de quem anda malhando e malhando bem, e se vai ter mais esfregação com Miles - única coisa que esse clipe quase perfeito ficou devendo. Os gifs que abrem a newsletter, obviamente, são dessa peça audiovisual gloriosa.
Lendo
Will Grayson, Will Grayson (John Green): Recentemente eu e Analu assistimos de novo A Culpa é das Estrelas e fiquei com saudades de ler algo do John Green, um escritor que teve um impacto gigantesco na época que li seus livros, mas que vinha me questionando se tinha, de certa forma, grow out da literatura dele. Não é só porque João Verde é um autor de YA, porque amo young adult e vou afundar com esse navio, mas comecei a ler críticas aos livros dele e a meio que concordar com elas, principalmente as que falam que os adolescentes do John Green são idealizados demais, que a moral filosófica dos seus livros é forçada e que aquelas grandes epifanias sobre a Vida, o Universo e tudo mais são meio que too much. Com saudades e curiosa, fui ler Will Grayson, Will Grayson.
Demorei a realmente gostar do livro, mas ele me ganhou do meio pro final. A história é sobre dois garotos chamados Will Grayson - um deles gay, solitário e afogado em teenage angst, o outro o típico garoto normal do John Green que só quer fazer a coisa certa e escolheu que o jeito mais fácil de viver era não se permitir sentir nada e nem dar opiniões demais - cujas vidas se cruzam numa locadora de filmes pornô, numa dessas noites com viradas inesperadas de eventos em que coisas acontecem. Como sempre, temos metáforas, epifanias, diálogos profundos e grandes discursos. Poderia ser mais sutil? Sim. Funciona? Pelo menos pra mim and I DON'T CARE I LOVE IT.
As Águas Vivas Não Sabem de Si (Aline Valek): Amo tudo que a Aline Valek escreve e acompanho o trabalho dela na internet há anos, mas demorei a comprar seu primeiro romance porque ainda tenho alguma resistência com ficção científica. Mas aí ela gravou esse vídeo-performance do livro, com uma atriz pintada como uma água-viva dançando na luz negra enquanto a Aline narra um trecho da história em off. Ela contou todo o processo na newsletter e achei tudo tão impressionante que fechei a aba do Gmail pra abrir a da Amazon e comprar o livro. Comecei a ler no dia que chegou.
Ainda faltam umas 50 páginas pra terminar, mas não consigo esperar até a próxima edição para comentar o livro, de tão impressionada que estou. Gosto bastante da história da mergulhadora Corina na Auris, uma estação subaquática a centenas de metros de profundidade que abriga, além dela, uma equipe de 4 pessoas que fazem parte de uma pesquisa. Gosto do tom de mistério e dos segredos que tornam a convivência ali ainda mais claustrofóbica, tanto com relação ao que Corina esconde como aos intuitos da missão, que não são exatamente o que parecem. No entanto, fui arrebatada pelos capítulos que intercalam o ponto de vista dos personagens humanos com o dos animais marinhos. Cada vez que passo por um deles - o polvo, os azúlis, o cachalote - penso ok, esse é definitivamente o melhor capítulo, vem o próximo, que consegue ser ainda mais incrível. Sério, estou encantada. Leiam, pelo amor de Deus.
Links, links, links
- Estou fazendo um curso à distância no International Writing Program da Universidade de Iowa, sobre escrita criativa com foco em personagens femininas. Vou compartilhar aqui algumas das discussões das aulas, e como na primeira semana falamos sobre voz e identidade, deixo aqui esse texto da Roxane Gay sobre personagens femininas não-gostáveis, uma eterna questão na literatura: I'm not here to make friends.
- Incomodar algo imóvel: o trabalho de Lora Mathis: Milena escreveu sobre a Lora Mathis, uma artista que trabalha com poemas, fotografias, ilustrações, colagens e faz parte da campanha Radical Softness as a Weapon,que defende a força vinda da vulnerabilidade.
- Introspecção e delírio em Barretos: o Vinícius Perez é uma das pessoas que eu mais gosto de ler na internet, com o tipo de texto que me leva a sistematicamente entrar no seu perfil do Facebook pra ver o que ele andou escrevendo recentemente. Esse seu relato gonzo na Festa do Peão de Barretos é tudo que sempre quis ler e não sabia. Uma amostra: "O calor sufocante de Barretos dá a sensação de estar andando dentro de uma lasanha: as fatias quentes de queijo segurando seus passos como uma areia movediça ou teia de aranha."
- Ainda no Risca Faca, meu site crush, A História Oral da TV Colosso, título autoexplicativo.
- To the First Lady, with love: Chimamanda Adichie, Rashida Jones, Gloria Steinem e Jon Meacham escrevem cartas de agradecimento a Michelle Obama e é tudo perfeito e eu vou morrer de saudades dessa mulher maravilhosa na Casa Branca #colonizada
- A internet e os livros: texto incrível da Stephie Borges sobre a forma como temos falado de literatura na internet e a saudade que ela sente de textos sobre livros que vão além da sinopse, mas que contenham a história da leitura, o afeto entre o leitor, a história e o livro - ou como ela colocou de um jeito lindo, a graça de "compartilhar a alegria por haver um objeto tão simples capaz de nos impactar tanto?".
- Outubro trouxe de volta pro Youtube a presença gloriosa de Taryne Zottino, booktuber, influencer e minha amiga pessoal, hahaha. Ela está fazendo o VEDO, postando um vídeo por dia, todos os dias desse mês, e está sendo um sonho. Meus favoritos até agora: deboche contra quem grava pro Youtube, coleção de caderninhos e journals, dicas para manter um diário/journal, autores favoritos (e minha história com eles).
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Sabia que agora vocês tem o privilégio de receber e-mails de uma subcelebridade oficial da internet? Ganhei uma teoria da conspiração das anônimas que conversam comigo lá no Curiouscat: catfishology. A vida é engraçada. Quando é que a gente começa a ganhar dinheiro com isso?
Enquanto isso não acontece, faça como Alex Turner: stay beautiful (e malhem os bracinhos!)!
Yours truly,
Anna Vitória
Sempre que quiser, responda essa newsletter como um e-mail normal e escreva para mim, vamos continuar conversando depois que o sinal bater.
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