Hello stranger, como vai você?
Novembro chegou e com ele veio o Nanowrimo, o famigerado National Novel Writing Month, o mês em que um bando de pessoas doidas topa o desafio de escrever um livro de 50 mil palavras em um mês. Esse é o primeiro ano que novembro chega e o mundo não está caindo na minha cabeça, seja ele na forma de provas, trabalhos, prazos, ou provas, trabalhos & prazos, de modo que achei que a melhor coisa que podia fazer com esses meus 30 dias era tentar escrever um livro de 50 mil palavras, pra não acabar com essa tradição de novembro-mês-do-mundo-caindo-na-cabeça.
Durou exatamente um dia e 699 palavras.
Ainda na adolescência superei a ideia de escrever ficção e aceitei que aquilo não era pra mim. Nunca me considerei uma pessoa criativa o suficiente pra inventar uma história que fosse interessante, divertida, crível, com personagens reais e profundos e todas essas coisas que a gente gosta quando lê um bom livro. É fácil escrever sobre a minha vida porque os arcos vem prontos, eu conheço os personagens há anos, é muito mais fácil trabalhar em torno disso. Isso era uma questão superadíssima, até que mais ou menos em 2014 eu tive uma ideia. Não era uma Ideia tipo Joanne Kathleen viajando de trem, pensando num garoto com cicatriz de raio na testa e dando a luz a um mundo mágico inteiro num intervalo de poucos minutos, mas foi uma ideia na cabeça de uma pessoa que até então nunca tinha ideias.
Tentei desenvolvê-la no Nano daquele ano, mas fui atropelada pela vida e falhei miseravelmente. Não foi só a falta de tempo e cabeça pra escrever, mas também o pânico e a insegurança que sempre sinto quando penso em escrever ficção. Demorei semanas pra ter coragem de abrir o documento com as coisas que escrevi e depois de lê-lo quis sair correndo e nunca mais voltar, uma mistura de vergonha esquisita com ansiedade e insegurança paralisantes. Só que eu nunca esqueci aquela ideia. Aquelas pessoas e aqueles lugares continuavam na minha cabeça, nada de muito concreto ou que se assemelhasse minimamente a um roteiro que pudesse delinear, mas uma vibe, umas frases soltas que me forço a escrever nas notas do celular enquanto ando de ônibus.
Prometi pra mim mesma que esse ano daria uma chance pra ela de novo, uma chance pra mim, e tenho me preparado pra esse mês desde o começo de 2016. De novo, preparação não significa que fiz um outline da história, que sei o começo, o meio ou o fim. Continuo tendo aquela mesma ideia. Umas frases. Uma vibe. Li vários livros, assisti vídeos, fui atrás de toda orientação e motivação possíveis, mas não foi suficiente pra que depois daquele primeiro dia e 699 palavras eu não tivesse a mesma vergonha, a mesma insegurança paralisante, e a mesma vontade de sair correndo e nunca mais voltar.
Substitua Cohen por writer
Ainda não voltei a escrever; quero, não vou desistir, mas ainda não consigo. Passei uns três dias exausta, realmente exausta, e só conseguia ver séries, chorar e ser muito grossa com todas as pessoas ao meu redor (e depois chorar por causa disso). Sei que rascunhos não significam nada, que devo escrever como se ninguém nunca fosse ler aquilo, que tenho que matar a minha editora interna e apenas ir, eu sei de todas essas coisas, mas ainda não consegui virar aquela chave aqui dentro e simples ESCREVER. Eu gostava de escrever ficção no início da adolescência e sinto saudade da facilidade com que conseguia sair da minha cabeça e escrever, escrever, escrever, as ideias, os detalhes, os personagens, tudo ia se desenrolando como que por mágica, e esse estado de consciência é talvez o melhor barato que já experimentei na vida. Quero isso de novo e não vou desistir, eu me recuso - aliás, é por isso que estou contando isso aqui, assim tenho a minha própria palavra escrita contra mim - mas por enquanto está: foda.
Lá vou eu ler Faça Boa Arte mais uma vez.
Sei que parte da minha dificuldade vem do fato de que começar é muito difícil, principalmente na escrita. Ainda não sei onde minha história começa, não sei como ela começa, e é muito frustrante escrever início atrás de início e o resultado não ser aquilo que a gente busca. De novo, sei que aquela primeira frase maravilhosa não precisa - e na maioria das vezes não é - a primeira frase escrita sobre uma história, mas algo que me diz que quando eu descobrir esse começo a coisa vai. É assim que trabalho em todos os outros meus textos.
Pensando nisso, para me inspirar ou me torturar, resolvi recordar os meus começos inesquecíveis. Há um tempo a Analu criou uma TAG para falar sobre isso e eu acabei nunca respondendo. Espero que ela perdoe o atraso e me permita fazer isso aqui e agora, e que você não se incomode com o excesso de citações. Eu realmente valorizo um bom começo.
Lolita, luz da minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.
(...)
Ninguém melhor do que um assassino para exibir um estilo floreado.
Estamos diante, claro, de Lolita, do Vladimir Nabokov, e esse é o primeiro contato que temos com Humbert Humbert, o narrador da história. Além de toda a brincadeira sonora com o nome Lolita, que eu acho o máximo (o quão incrível é essa parte da ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca...? sempre fico repetindo Lo. Li. Ta. para testar a precisão da descrição), esse início é uma boa canja do que se esperar do romance: uma história perturbadora contada pelo narrador mais debochado, do jeito mais elegante possível, o que só torna tudo ainda mais perturbador, já que é o resto é todo muito asqueroso.
É minha primeira página favorita de todas, de um jeito que eu só peguei o livro pra conferir se não tinha errado alguma vírgula, porque sei esses parágrafos de cor.
É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, em posse de uma grande fortuna, deve estar à procura de uma esposa.
Essa é de Orgulho e Preconceito, da Jane Austen, e confesso que às vezes não sei se adoramos - sim, no plural, porque ela aparece em todas as listas de melhores aberturas - de tanto ela ser repetida ou porque é boa mesmo. Gosto da forma como ela estabelece rapidamente a tônica do livro e também daquela sociedade: um homem rico e solteiro deve se casar e às mulheres não sobra muita opção que não a de se casar com eles - até que surge Lizzie Bennet para confrontar essa verdade que pode até ser universalmente conhecida, mas que não é necessariamente reconhecida.
Para começar, olha quanto livro.
Foi essa frase, e não a premissa, o autor, ou a promessa de um meta-romance sobre romances, que me levou a ler A Trama do Casamento, do Jeffrey Eugenides. Isso porque se fosse escolher uma frase pra me explicar diante dos outros, eu provavelmente usaria essa. "Pra começar, olha só quanto livro", e abriria a porta do meu quarto. Fala-se muito sobre como os livros nos tornam pessoas melhores, e eu acredito veementemente nisso, mas ninguém pensa sobre como eles às vezes também nos fazem meio desgraçadinhas da cabeça. Essa é a minha história - e a da Madeleine, protagonista do livro.
Bem-vindo à bela família Sinclair.
Ninguém é criminoso.
Ninguém é viciado.
Ninguém é um fracasso.
Os Sinclair são atléticos, altos e lindos. Somos democratas tradicionais e ricos. Nosso sorriso é largo, temos queixo quadrado e sacamos forte no tênis.
Não importa se o divórcio retalha os músculos do nosso coração a ponto de mal conseguir bater sem esforço. Não importa se o dinheiro do fundo de investimento está acabando, se as faturas do cartão de crédito não são pagas e se acumulam sobre a bancada da cozinha. Não importa se tem um monte de frascos de comprimido sobre a mesa de cabeceira.
Não importa se um de nós está desesperadamente, desesperadamente apaixonado.
Tão
apaixonado
que medidas desesperadas
precisam ser tomadas.
Senhoras e senhores, Mentirosos, da E. Lockhart. Eu vos pergunto: alguém precisa de mais do que isso pra se apaixonar por um YA? Eu não preciso. Basta dizer que tem pessoas aparentemente perfeitas, e que essa fachada esconde problemas e remédios controlados, e que mesmo com todos os problemas sérios, o maior deles ainda é o fato de alguém estar desesperadamente, desesperadamente apaixonado. Tão. apaixonado. que medidas desesperadas precisam ser tomadas. Essa gradação é incrível e a narrativa nos leva no mesmo ritmo até o final da história. Estou falando de começos aqui, mas eu gostei tanto desse livro que o li duas vezes seguidas. Uma em inglês e outra em português, ok, mas duas vezes seguidas (TÃO. APAIXONADO. etc).
Princeton no verão não tinha cheiro de nada e, embora Ifemelu gostasse do verde tranquilo das diversas árvores, das ruas limpas, das casas imponentes, das lojas delicadas e caras demais e do ar calmo de quem sabia merecer a graça alcançada, era isso, a falta de cheiro, que mais lhe agradava, talvez porque todas as cidades americanas que conhecia tinham um cheiro bem peculiar. A Filadélfia tinha o odor embolorado da história. New Haven cheirava a abandono. Baltimore cheirava a salmoura. O Brooklyn, a lixo esquentado pelo sol. Mas Princeton não tinha cheiro. Ela gostava de respirar fundo ali. (...) E, acima de tudo, gostava do fato de que, nesse lugar de conforto afluente, podia fingir ser outra pessoa, alguém que tivera acesso a esse sagrado clube americano, alguém com os adornos da certeza.
Pra mim uma das coisas mais fortes de Americanah é que a Chimamanda Ngozi-Adichie consegue descrever com uma precisão assustadora a sensação das coisas, te fazendo experimentar através da leitura conceitos que são difíceis de colocar em palavras. Alguns até tem uma palavra que o defina e a desse trecho, por exemplo, é privilégio, e pra mim o conceito de privilégio passa diretamente por essa sensação específica de respirar fundo o ar de uma cidade sem cheiro, coisa que a maioria das pessoas não faz por estar por demais afogada nos adornos da certeza.
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota que seu pai o levou para conhecer o gelo.
O começo de Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Márquez, parece uma história contada oralmente, e essa frase é uma daquelas que nos leva a automaticamente procurar uma posição mais confortável na cadeira, porque senta que lá vem história. Justamente por isso gosto dela porque a partir disso se seguem 17 páginas com a história de Macondo e o início da família de José Arcádio e Úrsula, pais do coronel Aureliano Buendía, e o Gabriel García Márquez tem um domínio tão impressionante da narrativa que nos leva do início até o gelo (- Esse é o grande invento do nosso tempo, diria José Arcádio), no flash forward mais rico de detalhes que já li.
Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.
Tudo era confusão na casa dos Oblónski.
O paralelo entre famílias felizes e infelizes é a frase mais famosa de Anna Karienina, do Tolstói, e devem existir por aí teses de doutorado dedicadas a ela, com toda razão. Mas foi a Analu que chamou minha atenção pra segunda frase, que é absolutamente simples, mas que consegue com perfeição nos colocar dentro daquela história. Tudo era confusão na casa dos Oblónski, simples assim. A gente só descobre como é difícil escrever algo simples assim quando é confrontado com um documento do Word em branco e a missão de enfiar uma pessoa dentro da sua história com poucas palavras.
Eis um tesouro arqueológico resgatado diretamente do meu Instagram: no ano de 2012 do nosso senhor, uma Anna Vitória de 18 anos e sem cabelos ruivos acabava de ler Anna Karienina pela primeira vez. Passei mais de um mês carregando as mais de 800 páginas desse livro de capa dura pra cima e pra baixo numa mochila, pensando em quanto tempo levaria até que eu tivesse dinheiro suficiente pra ir pra Rússia.
Desde então sou meio que a embaixadora da Anna Karienina no meu grupo de amigas, pentelhando todas sempre que tenho a oportunidade pra que elas parem de frescura e leiam logo a porra do livro. Sei que o tamanho assusta e os nomes russos parecem assustadores - principalmente no caso desse livro, que tem um glossário de personagens que ocupa 04 páginas, com duas colunas de nomes cada - e não ajuda se você tiver passado pelo Dostoiévski antes de chegar no Tolstói, mas eu juro que Anna Karienina não tem nada de assustador. É um maravilhoso novelão das seis - meio trágico, ok, e com muitas digressões sobre a Rússia no século XIX, o que não é algo ruim (é? não acho) - que implora pra ser lido, devorado, e amado a cada frase maravilhosa que entrega, a cada vez que Liévin é a criatura mais doce e pisciana e trouxa e sofrida que já se teve notícia.
Eis que quatro anos depois, em 2016, minhas amigas finalmente resolveram ler Anna Karienina, juntas, ainda por cima, e eu jurei que ia só acompanhar de longe. Quem tem tempo pra ler DE NOVO um livrão russo de 800 páginas? Eu, aparentemente, porque peguei meu livro, meu lindo livro, só pra ler as primeiras páginas durante meu estudo/tortura autoinduzida de começos de livro, mas quando vi já estava na página 30, marcando passagens, fotografando trechos, mandando mensagem pras pessoas porque ESSE LIVRO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Queria fazer uma espécie de relatório de leitura, principalmente porque é uma leitura coletiva e nós agendamos até discussões (!) semanais pra compartilhar nossas impressões, mas ainda não sei o formato, talvez só registre por aqui a cada edição o que andei pensando/sentindo com a releitura de um dos meus livros mais queridos. Aceito sugestões, mas hoje só queria mesmo dizer: leiam Anna Karienina, beijos e obrigada.
Disco da Semana
Pure Heroine (Lorde): Demorei um pouco mais que boa parte das pessoas pra me apaixonar por esse disco, mas quando aconteceu foi amor verdadeiro e fiel. Ele foi lançado em 2013 e até hoje não foi superado, minha fase Lorde ainda não passou, e sigo ouvindo Pure Heroine com a mesma constância e paixão, como se fosse heroína (kkkk vai daí Marcelo Tas!). Essa semana nossa bruxinha Lourdes fez aniversário, 20 primaveras na vida dessa escorpiana de 1996, que em tão pouco tempo lançou o disco das nossas vidas, entrou pro squad da Taylor Swift e virou parça do David Bowie - e o que você fez? Gente como a gente, ela postou um textão sentimental no seu Faces refletindo sobre seu início de vida adulta, o significado do primeiro disco, e o que devemos esperar do segundo álbum que vem aí, praticamente o Chinese Democracy da minha geração de bruxas urbanas millennials que somos todas.
All my life I’ve been obsessed with adolescence, drunk on it. Even when I was little, I knew that teenagers sparkled. I knew they knew something children didn’t know, and adults ended up forgetting. Since 13 I’ve spent my life building this giant teenage museum, mausoleum maybe, dutifully wolfishly writing every moment down, and repeating it all back like folklore. And now there isn’t any more of it. (!!!!!!!!!!!!!!) (...)
My heart broke. I moved out of home and into the city and I made new friends and started to realize that no-one is just good or bad, that everyone is both. I started to discover in a profound, scary, blood-aching way who I was when I was alone, what I did when I did things only for myself. I was reckless and graceless and terrifying and tender. I threw sprawling parties and sat in restaurants until the early hours, learning what it’s like to be an adult, even talking like one sometimes, until I caught myself. All I wanted to do was dance. I whispered into ears and let my eyes blaze on high and for the first time I felt this intimate, empire-sized inner power.
Não há previsão de lançamento do sucesso de Pure Heroine, mas estou aqui pra lembrá-los de como esse disco é incrível e vai ser uma companhia mais do que adorável até que seu sucessor chegue e nos mostre a luz novamente. Se algum dia minha Ideia virar uma História que termina num Livro que seja publicado, a menina Lourdes estará nos agradecimentos.
+++ Músicas favoritas: todas, mas principalmente 400 Lux, Ribs, Still Sane, A World Alone e Bravado.
+++ Se você quer saber mais sobre a palavra da Lourdinha, sugiro essa entrevista dela na Rookie, feita pela Tavi (claro). São 11 páginas, mas é o tipo de excesso de conteúdo que faz com que a reação seja 11 PÁGINAS DE GAROTAS MARAVILHOSAS FALANDO SOBRE A VIDA É BOM DEMAIS PRA SER REAL!!!!
Links, links, links
Especial eleições americanas 1: Ask a Grown Woman com Hillary Clinton, na Rookie, claro: a gente sabe que a Hillary foi uma Secretária de Estado beligerante, e que a política externa dela é hostil, etc, etc, etc, mas não deixo de achar ela uma mulher MASSA e cês me perdoem mas dá lagriminhas nos olhos pensar nela como presidente dos Estados Unidos ME DEIXEEEEMMM (e gente, o outro é o Trump, sabe. se situem) (sdds Dilma Vana)
Especial eleições americanas 2: An ode to Hillary Clinton's laugh, sobre a risada espalhafatosa e de boca aberta da Hillary e sobre mulheres ocupando espaços públicos sem pedir licença ou desculpas por existir.
Especial eleições americanas 3: Eles nos querem primeiras-damas, estrelando Claire Underwood, menina Creide lá no Valks falando sobre mulheres na política e aquela famosa série americana que se parece com a polít--
Especial eleições americanas 4: Beyoncé cantando Formation no showmício da Hillary de chapéu e terninho, maravilhosa demais, + o discurso dela e do Jay Z no evento.
BOY BYE
Keeping it clean: nas minhas leituras agora obsessivas sobre organização, caí nesse texto antiguinho da Rookie sobre como se sentir confortável em meio à bagunça é uma forma de privilégio.
A recusa da beleza: texto incrível da linda da Babi falando sobre ser bonita - ou não.
Nossas vidas tão pequenas: enquanto releio meu Anna Karienina de 800 páginas, fico obcecada por Vida Pequena, catatau de quase 800 páginas da Hanya Yanagihara, e é tudo culpa da Gabriela e esse texto incrível sobre o livro.
Levei dez anos pra realizar um sonho: Tati, agora escritora publicadézima, escreve sobre todo o caminho que percorreu até publicar seu primeiro livro, Malvarrosa, semana passada. Baita inspiração (e chute na bunda) pro meu momento de crise e o poema do Leminski que ela cita foi imediatamente copiado no bullet journal.
UM BOM POEMA
um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Essa newsletter foi meio esquisita e cheia de referências e citações, mas, como disse, não estou no meu melhor momento pra ESCREVER. Me conta seu início de livro favorito? Vou ficar esperando <3 Essa edição chega pra você no meio da madrugada, como nos velhos tempos, porque estou acompanhando nervosíssima a apuração das eleições americanas, e do jeito que as coisas andam quero mandar uma cartinha num mundo que Trump não é presidente e que existe a chance de termos uma mulher no mais alto cargo executivo da maior potência mundial.
Stay beautiful!
Yours truly,
Anna Vitória
p.s.: essa newsletter teve 3433 palavras. essa é a diferença de escrever ficção e escrever sobre a minha vida.
Sempre que quiser, responda essa newsletter como um e-mail normal e escreva para mim, vamos continuar conversando depois que o sinal bater.
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