Hello stranger, como vai você?
Chegou aquela época do ano. Sim, aquela, a das listas de melhores do ano, o meu Natal particular, que esse ano chegou antes do esperado - ou é impressão minha que todas as listas de melhores do ano estão saindo bem mais cedo que de costume? Entendo que ninguém quer ficar pra apagar a luz de 2016, mas desse jeito vocês acabam com meu *cof cof* calendário editorial *cof cof*. No meu finado blog, que descansa em paz, instituí a tradição de a cada final de ano promover o aclamado SO CONTAGIOUS AWARDS. Era uma das coisas que eu mais gostava de fazer e passei muito tempo pensando em como trazer essa proposta pra newsletter.
Estou organizando uma retrospectiva ligeiramente mais séria no Valkírias, falando de música, livros, filmes, séries e games (ufa!), mas queria fazer algo pessoal também, uma bagunça gostosa da jornalistinha editora de site de cultura pop que tá sempre por fora das novidades e chega ao final de cada ano tendo entre os mais ouvidos o mesmo disco de 1995 (A.M., do Wilco, porque óbvio).
Como não tenho muita coisa a dizer sobre filmes e séries, vou usar essa semana pra falar sobre música e na próxima ficamos com os livros, combinado?
O MELHOR, O MAIS IMPORTANTE, O INQUESTIONÁVEL DISCO DO ANO
Lemonade (Beyoncé): Dia desses o tema do Saia Justa eram os mitos. Mitos, ou ídolos, são diferentes de artistas que você simplesmente admira. Um mito é aquela pessoa que você considera tão especial e preciosa que custa a acreditar que ela é de carne e osso como você, que habita o mesmo universo, que sofre de dor de dente, que gosta, ou não, de macarrão. O mito é aquela pessoa que se você visse na rua ia sair correndo, pra longe, porque você se recusa a chegar perto e descobrir que ela é tão real como você.
É uma ideia um tanto quanto infantil, claro, e esse tipo de idealização costuma cair por terra quando saímos da adolescência, mas alguns poucos mitos permanecem. Pra mim, permanece a Beyoncé. Gente, a Beyoncé. Eu não quero encontrar a Beyoncé na rua. Eu duvido que ela ande na rua. Eu duvido até mesmo que ela ANDE. Ela desfila. Não quero tirar foto, não quero ser melhor amiga dela, não quero sentar pra tomar um café e conversar sobre homens e livros; quero, se possível, me colocar na frente pra que ela me bata com um taco de beisebol e assim me abençoe, e que assim seja.
Beyoncé é uma das (se não for A) artistas contemporâneas mais importantes da nossa época e acho um privilégio gigantesco termos a chance de vê-la em seu auge - e seu auge muda a cada novo trabalho. Lemonade é uma obra de arte, um aprendizado, um manifesto e é também de uma vulnerabilidade imensa e tocante, mostrando de forma íntima a experiência de uma mulher negra nos âmbitos público e privado da vida. O álbum visual (porque não dá mesmo pra apreender as músicas sem os vídeos) é político e também pessoal, porque, sim, o pessoal é político pra caralho.
E, além de tudo isso, é um BAITA disco. Minhas músicas favoritas são todas, claro, mas de acordo com as estatísticas do Last Fm foi Sorry a minha música mais ouvida do ano. Em terceiro lugar está Sorry, do Justin Bieber, e no Spotify a música mais ouvida é Pick Up The Change, do Wilco, daquele disco de 1995. Fiquemos, pois, com a Beyoncé. Não sei se gosto mais de Sorry do que de todas as outras e seria incapaz de escolher entre Formation e Don't Hurt Yourself, mas Sorry é definitivamente o clipe que mais visto e amado por motivos de Apathy, meu texto preferido do discurso (?) do Lemonade. Apreciem:
So what are you going to say at my funeral now that you killed me?
Here lies the body of the love of my life whose heart I broke without a gun to my head
Here lies the mother of my children, both living and dead
Rest in peace my true love, who I took for granted
The most bomb pussy who, because of me, sleep evaded
Her shroud is loneliness
Her god was listening
Her heaven will be a love without betrayal
Ashes to ashes
Dust to sidechicks
O DISCO QUE EU NÃO OUVI
★ (David Bowie): Terminei a retrospectiva do ano passado dizendo que 2016 já seria um sucesso porque um disco do David Bowie nos aguardava ainda em janeiro. Ha. Lembro de estar na festa de ano novo falando sobre isso com meus primos; eu, que sou aquela que sempre sabe das novidades (pelo menos na minha família), mostrava para eles o clipe de Lazarus e o vídeo do Michael C. Hall se apresentando como Bowie, feliz e grata por ele estar vivo. Lembrar que o David Bowie estava vivo era algo que eu fazia sempre, e que sempre me confortava. Ele era e é um mito pra mim e também me sinto privilegiada por, entre todos os séculos e galáxias possíveis, ter vivido no mesmo mundo que ele.
"Here I am, not quite dying", ele dizia numa música de seu álbum de 2013, para três anos depois dizer exatamente o contrário: aqui estou eu, morrendo. Com ★, Bowie fez seu próprio elogio mais ou menos póstumo, transformando a experiência de morrer em arte e estética. Brutal, né? Tive condições de prestigiar esse funeral artístico? Não tive. Nunca tinha chorado abertamente a morte de um artista até o David Bowie, por quem eu chorei pateticamente lavando a louça e andando na chuva enquanto ouvia Space Oddity. Can you hear me, major Tom?
Constantemente me lembro que o Bowie morreu e fico um pouco mais triste, mas um dia isso passa e poderei olhar pro ★ como o pedaço lindo de arte que ele é, mas não agora, não ainda.
OS DISCOS DAS MIGAS
Problema Meu (Clarice Falcão): É maravilhoso quando um disco nos encontra no momento em que estamos exatamente no espírito dele, como uma coincidência cósmica. Foi assim com a Clarice Falcão, que chegou nesse ano debochada, vivendo a experiência de estar sozinha, se afirmando, serelepe e meio triste nos bares, sem perder a ternura, mas desejando ver por trás - ou numa piscina de óleo fervendo - todos os infelizes responsáveis pelos e-mails que não chegam. Problema Meu sou eu em 2016, uma versão em disco daquela foto da Anne Hathaway rindo no metrô com uma faca na mão.
Música favorita: Vagabunda
No Burden (Lucy Dacus): O disco de estreia da Lucy Dacus saiu no dia do meu aniversário, uma coincidência boba, mas suficiente pra me fazer acreditar que ele foi feito por mim (?) e para mim. Passei minha adolescência inteira ouvindo música de garotos com suas guitarras cantando sobre a experiência horrível e maravilhosa de serem garotos existindo no mundo ("There's one guitar and a lot of complaining", diria Summer Roberts, numa definição perfeita), então já era hora de ouvir a mesma coisa na perspectiva de uma garota. Lucy Dacus é uma garota com sua guitarra falando sobre independência, amores, identidade e amadurecimento, a horrível e maravilhosa aventura que é viver yada yada yada, e Direct Adress poderia ser minha biografia.
Música favorita: Strange Torpedo
My Woman (Angel Olsen): A Angel Olsen soa como uma dessas cantorinhas dos anos 60 que eu adoro, embora seja estranha demais para ser uma das Shirelles ou das Supremes. O som dela às vezes parece country que não é country misturado com pop que não é pop, um indie que não é exatamente indie. Ela faz tudo isso com uma voz diferente, bonita e quase incômoda, porque não dá pra dizer exatamente o que ela é. Angel Olsen é tudo isso e ainda anda de patins com peruca prateada, sendo estranha e perfeita, meu tipo favorito de pessoa. Não poderia dizer melhor do que a Nina Corcoran, do Consequence of Sound, que escreveu: "Sadness moves to the background, (...) where Olsen harmonizes with herself, and in its place is happiness as it grapples with fear: fear of choosing to be happy and fear of finding out that choice was naive."
Música favorita: Sister
Ao Vivo em Goiânia (Maiara e Maraisa): Um dos arrependimentos do ano: ter demorado tanto tempo pra dar bola para as Rainhas do Sertanejo. É que eu nunca gostei de 10% e deixei isso contaminar todo e qualquer impulso de descobrir mais sobre o grande fenômeno da música brasileira do ano. Mas aí aconteceu e de repente me vi encantada, fascinada e apaixonada por Maiara e Maraisa. Sim, as músicas são viciantes, grudam na cabeça, e depois de fazer um almoço ao som desse álbum a impressão que tive foi que já sabia cantar ele do início ao fim - e sabia mesmo. Mas, além disso, a experiência feminina construída por elas nas letras é um troço que nunca vi igual na nossa cultura popular. As mulheres de Maiara e Maraisa são como essas personagens complexas que a gente gosta de ver nas séries. Se elas não fossem sertanejas e sim personagens de alguma série esteticamente perfeita já existiriam três milhões de textões destrinchando a alma delas. Resolução de ano novo: escrever um desses textos.
Música favorita: Mexidinho
O DISCO DO WILCO
Schmilco (Wilco): Um ano com disco novo do Wilco é sempre um bom ano, principalmente se é meio de surpresa, igual eles fizeram ano passado com o Star Wars. Meu Spotify me denuncia e diz que meu Wilco mais ouvido foi o A.M., de 1995, primeiro álbum da banda, que se aproxima do Schmilco pela simplicidade das letras e o coraçãozão aberto e pouco cifrado de meu sogro, Jeff Tweedy. 11 anos depois ele está bem mais melancólico, mas não sou eu que vou reclamar disso. Schmilco me representa até pela capa histérica, com dedinho enfiado na tomada, nariz sangrando e sorriso psicótico no rosto. This is fiiiiine. We aren't the world.
E ainda queno estúdio o disco pareça calmo e contido, ao vivo eles conseguem transformá-lo na moeção que a moçada gosta, o que nos leva ao próximo tópico:
OS SHOWS DO ANO
1) O show que eu vi: Wilco em São Paulo
Foto de Fabrício Vianna
Sim, eu vou ter que ser insuportável e falar disso de novo, porque os shows do Wilco foram os melhores dias do ano, e a memória física deles, da sensação de estar lá, me assombra até hoje como um fantasminha camarada, uma perna amputada que insiste em doer, um gatilho de SENTIMENTOS que me derruba sempre que Reservations começa a tocar quando estou desavisada. Nunca vai passar. Graças a Deus.
2) O show que eu não vi: turnê Everything That You've Come to Expect do Last Shadow Puppets
Que saudade que eu sinto da aurora do meu ano, o meu OTP querido todo dia se amando em vídeos e gif sets diferentes durante os gloriosos meses em que Alex Turner e Miles Kane passaram pela Europa e pelos EUA.Teve serenata do balcão, teve coroa de flores na cabeça e nas coxas,teve bem-me-quer-mal-me-quer, uniformes de beisebol, calças justas, decotes profundos, lenços e kaftans psicodélicos, abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim - e uma única e desesperada vontade de me costurar entre esses dois demônios.
E já que estamos aqui, o Last Shadow Puppets também lançou dois discos esse ano: Everything That You've Come to Expect e The Dream Synopsis, esse último só com covers.
Nenhum deles fez muito sucesso na mídia para além do frisson em torno do acontecimento que é #Milex, de fato o ponto alto dessa história. Eles não saíram nem na lista de melhores do ano da NME, a publicação que mais ama o Alex Turner em todo mundo. Acho que esperam demais dele e depois de oito anos do primeiro disco, depois do barulho que fez o AM, o pessoal começou a esperar demais de um álbum que logo no título faz graça das expectativas dos outros. O importante é que eu gostei, eles claramente se divertiram no processo, e sentimentos são os únicos fatos. ETYCTE é misterioso e sexy como se deve ser e os clipes são maravilhosos demais. O que MAIS vocês estavam esperando?
Música favorita: Sweet Dreams, TN
O DISCO NACIONAL
Olinka Stutz - Nós que Nos Amávamos Tanto (Gianoukas Papoulas): É com um pouco de vergonha que reconheço que meu consumo de música nacional em 2016 foi ínfimo. Provavelmente deixei pra trás tudo de importante, interessante e dançante (vide ausência de Ludmilla na lista) que foi lançado esse ano, mas vocês provavelmente deixaram passar o meu amor da vida de 2016, esse álbum de nome grande e estranho, de uma banda de nome mais estranho ainda. O estranhamento fica só nos nomes, juro, porque todo o resto a respeito de Olinka Stutz é só amor e sonoridade meio rock retrô meio uma coisa legal que não sei definir.
Música favorita: Virtudes da Idade
OS DISCOS POP NÃO TÃO POPS ASSIM
ANTI (Rihanna): Sempre achei a Rihanna uma baita mulher, pessoa nota 10, do tipo que eu queria ser mas sei que jamais seria, só que nunca gostei das suas músicas. Tirando duas ou três exceções necessárias (alô Man Down) eu sabia que uma música era da Rihanna quando tocava o tempo inteiro no rádio e me dava vontade de morrer ou ir embora da festa (alô Diamonds). Mas aí veio o ANTI. Muito ansiado pelas pessoas, soube que ia adorar o disco quando vi a maioria dos fãs desapontados com a primeira impressão. Aqui ela sai da farofa e da metralhadora de hits pra fazer um disco diferente, elaborado, que pede tempo pra ser ouvido, mas abre espaço suficiente pra sensualizarmos enquanto pensamos sobre ele. As músicas são do tipo que a Kylie Jenner ouviria no carro enquanto finge não saber que está sendo filmada e do tipo que eu cantava no chuveiro do meu quarto de hotel (alô Higher) sem ligar que do outro lado da parede tinha o corredor do hotel e os 20 quartos que dividiam o andar comigo. Foi mal, pessoal.
Música favorita: Consideration
Rihanna avoided being representative of the condition of women by choosing to only represent her self-interests. She is “not a role model.” She conceals artfully, discloses playfully. A cultivation of lifestyle — her trips back home to Barbados, her tattoos, her laughter, her love of family, her social media presence — in the moment that every other person of her caliber is trying out reclusivity, and the secondary group is trying out diva-hood, makes Rihanna the last rock star.
{por Doreen St. Felix, na retrospectiva da MTV}
Joanne (Lady Gaga): Então eu voltei a gostar da Lady Gaga. Não que nos últimos anos ela não tivesse dado motivos para ser curtida, com o sucesso no jazz, a apresentação maravilhosa no Oscar, o posicionamento nas questões de violência de gênero e todo o resto, mas eu andava meio de saco cheio. Às vezes eu simplesmente fico de saco cheio e o sujeito não tem nada a ver com isso. Mas que bom que passou e voltei a gostar da Lady Gaga a tempo de apreciar o presente do céus que foi o Joanne. Eu amo tudo a respeito dele, desde a salada de gêneros - country! (COUNTRY!!!) pop! disco! rock! - as parcerias inusitadas - Beck! Florence! Josh Homme! - toda a estética de micro shorcinhos, meia arrastão e chapelão pink, a voz dela que nunca esteve tão linda. Que baita época pra voltar a ser fã de Lady Gaga.
Música favorita: Hey Girl
Apesar dos bons lançamentos, senti falta daquele discão de pura perfeição pop cremosa. Glory, da Britney, é honestíssimo, uma agradável surpresa, mas esqueci dele bem rápido. Em compensação, Your Type, da Carly Rae Jepsen, ainda não parou de tocar na minha cabeça e não encontrou concorrência à altura em 2016. Se Taylor Swift tivesse se mantido fiel à sua própria tradição de lançar um disco novo a cada dois outubros tenho certeza que isso não estaria acontecendo e que ela preencheria essa lacuna. Como não aconteceu, fica aqui um parágrafo de indignação.
O DISCO FLOP DO ANO
mInD Of mInE (Zayn): o dIsCo dO ZaYn fOi tÃo iRrElEvAnTe qUe aTé eU, qUe sOu vIcIaDa eM ImPlIcAr cOm o gArOtO NoRmAl dE 23 aNoS, eSqUeCi cOmPlEtAmEnTe qUe eLe eXiStIa nOs úLtImOs mEsEs. É UmA PeNa, PoRqUe aChO O ZaYn uM PeRsOnAgEm iNtErEsSaNtE PrA InDúStRiA Da mÚsIcA (recomendo sempre essa entrevista na The Fader em que ele é insuportável e viciante ao mesmo tempo), MaS NaDa é mAiS DeSiNtErEsSaNtE Do qUe uMa pEsSoA QuE JuRa sEr a cOiSa mAiS LeGaL Do mUnDo e aGe cOmO Se o mUnDo lHe dEvEsSe uMa eSpÉcIe dE AtEnÇãO EsPeCiAl - lOgO ElE, qUe tEvE QuE SeR PuXaDo pElA MãO PeLa sEnHoRa sUa mÃe pRa qUe tIvEsSe sUa gRaNdE ChAnCe nO MuNdO ArTíStIcO. e nÃo, Eu nÃo pErDoO. aQuI NãO, cOlEgUiNhA. cAdÊ SeUs gRaMm aGoRa?
p.s.: pIlLoWtAlK EnTrOu nA LiStA De mÚsIcAs qUe mAiS OuVi nO SpOtIfY Em 12º lUgAr.
O DISCO DE 2015 QUE EU AMEI EM 2016
Silently. Quietly. Going Away. (Any Other): Na verdade são vários, mas esse foi definitivamente o mais marcante, tanto pra mim como pra vocês: toda semana indico um disco diferente na newsletter e esse foi o que mais me rendeu retornos positivos de gente que foi atrás da recomendação, ouviu e gostou. Sempre que vejo alguém na barrinha do meu Spotify ouvindo Any Other me sinto meio madrinha daquele encontro. Por isso, me sinto segura em dizer que nesse ano nos apaixonamos juntos pela banda de Adele Nigro, uma italianinha triste que é como todas nós e só quer encontrar algum sentido e tranquilidade nesse início de vida adulta e ter alguém pra dormir de conchinha no final do dia. Ela expressa isso por meio da arte, da música, com suas letras altamente identificáveis, os gritos nos refrões, as guitarras barulhentas e uma insistência quase patológica de acreditar que no final vai ficar tudo bem.
Se fosse escolher músicas para os créditos finais do ano, seria Something, principalmente na parte em que ela diz:
I’m looking for the time
When we all could live
Without our mothers’ love
And standing
On my own two feet
For the very very first time
I'm waiting
This burden will pass
I know now
I'm not interested anymore
I'm not interested anymore
I say that I'm not interested anymore
In feeling bad
Links, Links, Links
Especial listas de melhores do ano: algumas das minhas listas favoritas até agora
Top 50 albums of 2016, do Consequence of Sound;
Signal and noise: 2016 Year in Review, da MTV, foi de longe a retrospectiva mais legal e interessante que vi até agora. A gente adora listas, eu sei, mas num ano tão estranho como foi 2016, é preciso ir além da superfície e pensar no que tudo isso significa, e é isso que a MTV fez. Esse ano a Jessica Hopper, uma das minhas ídolas do jornalismo musical, virou editora chefe do departamento de música do site da MTV e desde então as publicações de lá têm sido minhas leituras favoritas nessa área. As pautas escolhidas para falar de 2016 foram perfeitas e recomendo veementemente a leitura de todas, façam isso por mim;
As 50 melhores músicas brasileiras de 2016, do Brasil que Deu Certo, minha retrospectiva falhou bastante em conteúdo nacional, mas essa lista não vai deixar vocês na mão, eu juro;
Os melhores de 2016, do Hiannafork, meus gostos são quase que completamente diferentes dos da Rihanna, e mesmo assim eu adoro ler o que ela escreve sobre música e fico com vontade de ouvir tudo, até o disco do Kanye West.
Melhores do ano da Hazel Cills, a Hazel é uma das jornalistas da Jessica Hopper na MTV e intensa friend crush minha. A lista dela tem coisas diferentes e inesperadas, e a surpresa gostosa de um disco da Gal Costa, o de 69. Aproveitando o tour pelo site dela, um ótimo textão sobre pessoas que consideram a internet inteira como aqueles grandes sites com equipe e público majoritariamente masculino, ignorando completamente a existência de outros nichos e comunidades - às vezes maiores em alcance e público - porque são majoritariamente femininos.
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Sei que não é todo mundo que gosta de ler sobre música, mas todo ano faço minha lista particular com muito carinho e me divirto muito no processo, por isso faço questão de publicar. Essa que você acaba de ler foi escrita à mão, na manhã de hoje, durante minhas intermináveis aulas de legislação na auto escola. Pelo menos ajudou o tempo a passar mais rápido e a professora ainda pensou que eu estava não apenas prestando atenção como fazendo todos os exercícios.
Vou ficar muito feliz se você quiser me indicar coisas legais que ouviu nesse ano que está quase acabando, pode ser coisa de 2016 ou de qualquer outro ano, mas que você descobriu só agora. :)
E pra não dizer que não falei da frô, ontem foi aniversário da nossa melhor amiga famosa, Creiça Swift, e encerro essa edição com uma foto abençoada dela e do meu muffin de ternura Aziz Ansari, ambos imitando gatinhos.
Stay beautiful!
Yours truly,
Anna Vitória
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