Hello stranger, como vai você?
No dia 3 de janeiro de 2016, poucas horas depois de voltar da chácara onde passei o final de ano com minha família, caí de cama com dengue. Não foi minha primeira experiência com a doença, mas foi a pior. No dia seguinte não consegui levantar da cama. Mas não consegui mesmo, só fui levantar no meio da tarde, quando minha mãe chegou do trabalho. Passei uma semana de cama chorando sem parar; eu dormia, chorava, e passava a noite toda vendo todas as comédias românticas com classificação de duas estrelas ou menos que consegui encontrar no Netflix. Eu sou a pior doente do mundo. Nos momentos em que estava me sentindo um pouquinho melhor, lia Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Meu projeto pro início de ano era reler todos os livros de Harry Potter, nem sei de quem foi a ideia. Como a maioria dos meus projetos, esse morreu ainda no início, tendo cumprido com glória sua missão. A única coisa que eu conseguiria ler naquele momento era Harry Potter e recomendo a todos o combo dengue incapacitante + TPM para ver a história com os olhos de tia sentimental que só pensa que aquelas crianças são novas demais pra estar enfrentando tamanho desgraçamento mental. Também achei a tradução bem ruim, o que matou completamente o sonho de reler a saga nos meus livros velhinhos. Acho que foi por isso que o projeto não foi pra frente.
Na semana seguinte, um dia depois do final do ciclo da dengue, ainda meio capenga mas fingindo estar ÓTIMA, embarquei para Curitiba para uma pequena temporada de férias na casa de minha amiga Analu. Tudo que minha mãe recomendou foi que eu chutasse o balde, desse cerveja pro macaco e aproveitasse horrores, e tudo que a gente fez foi passar a semana entre o quarto e a sala, livros e novelas, acordadas até as cinco da manhã rindo da gente mesma jogando charadas pois maravilhosas. Estava lendo Yes Please, da Amy Poehler, aí sim uma leitura ideal para o início de ano, porque a Amy Poehler é a melhor pessoa do mundo e sabe das coisas. Foi dele que tirei minha Mensagem de Início de Ano, tema da primeira edição dessa newsletter, que você pode recordar aqui (qual será a desse ano? mistério).
Nessa viagem conheci um cara incrível no Tinder que acabei nunca encontrando, mas sentada no chão do aeroporto na volta ainda estava falando com ele sobre 1) ter visto o Latino e 2) a parte do livro da Amy Poehler em que ela conta que seu obstetra morreu poucos dias antes de ela entrar em trabalho de parto e foi o Jon Hamm quem mandou ela get her shit together pra continuar vivendo apesar de. Ricardo riu bastante. Saudades, Ricardo. Poderia ter sido a gente, etc.
I love saying "yes" and I love saying "please". Saying "yes" doesn't mean I don't know how to say no, and saying "please" doesn't mean I am waiting for permission. "Yes please" sounds powerful and concise. It's a response and a request. It is not about being a good girl; it is about being a real woman.
Eu estava bem empolgada com o Tinder nessa época (kkkk), na prática e também na teoria, o que me levou a ler Modern Romance, do Aziz Ansari, a melhor pessoa do mundo depois da Amy Poehler. O livro não é um memoir de celebridade, mas sim uma pesquisa de verdade que o ator fez sobre relacionamentos modernos (duh) junto do sociólogo Eric Klinenberg. Meu lado acadêmico ficou feliz com a seriedade do estudo e todas as frentes abordadas pelos autores: tem reconstrução histórica dos relacionamentos românticos, tem cronologia do Tinder que vai do namoro de portão aos anúncios de jornal, tem viagens e perspectivas de diferentes países e culturas sobre romance e paquera, tem muitos dados e estatísticas sérias explicando por que selfies masculinas são o horror. Meu lado de gente que ama o Aziz Ansari amou a oportunidade de ler alguém como ele, com sua voz, suas piadinhas e suas referências ao mundo do rap contando toda essa história.
Meses depois conheci um cara do Tinder que também adorava a canção The Escape (The Piña Colada Song) principalmente pela parte do Tinder analógico e a história do casal que decidiu passar por cima do ridículo (e da moralidade duvidosa) para rir do humor daquela situação e se amar de qualquer forma. Se não for pra sair com um cara assim eu nem dou match, e ele ainda me deve uma piña colada, mas divago. Leiam Modern Romance.
Além do livro da Amy Poehler, naquela viagem para Curitiba levei também O Pintassilgo, da Donna Tartt, mesmo sabendo que ele não seria lido. Um livro de quase 800 páginas. Se você acha isso loucura, é porque não conhece Ana Luísa Bussular. A gente tinha combinado de ler o livro juntas e por isso precisávamos de uma foto. Juntas. Nós duas, os dois livros, no mesmo sofá. Se você acha isso idiota é porque não tem uma melhor amiga que mora longe. A ideia me parecia ridícula quando tive que abrir espaço para ele entre todo o resto das minhas coisas, pra não mencionar o peso, mas hoje fico feliz que a foto exista.
Não lembro exatamente quando lemos O Pintassilgo, mas foi o primeiro cinco-estrelas-favorito do ano. Nunca tinha lido Donna Tartt e fiquei bastante impressionada com a força da escrita dela e a capacidade de nos levar para aqueles ambientes e, principalmente, para dentro da cabeça dos seus personagens - no caso do Theo, protagonista que narra o livro em primeira pessoa. Eu me sentia mal como ele, amava os outros personagens como ele, mergulhei em toda a sua paranoia delirante como quando li Dostoiévski pela primeira vez, aos 16 anos, e não entendi nada mas senti muito. É um livro vívido e incrível que explodiu minha cabeça, fiquei um tempo sem conseguir ler outra coisa depois de ter terminado porque minha cabeça seguia explodindo de impressões, sensações e teorias. A Analu publicou na newsletter dela uma conversa muito ótima que tivemos sobre o livro, fica a dica para quem quiser saber mais (com spoilers!).
E por falar em cabeça fraca, sensações e desgraçamentos, minha leitura favorita do ano foi Wild, da Cheryl Strayed. Li na viagem que fiz para a Bahia no final de abril, quando estava mal, mal, mal, mal, mal de tudo e a identificação com a Cheryl Strayed foi óbvia, inevitável e um daqueles pequenos milagres que os livros certos na hora certa fazem por nós. Enquanto ela perdia unhas, passava fome e sede na Pacific Crest Trail, eu estava maravilhosa tomando sol e bebendo vinho branco de frente pro mar, mas por dentro estava tão frágil, quebrada e assustada quanto ela. O livro começou a juntar meus cacos e me ajudou a ficar em pé, pronta pra próxima, e quando a bordoada veio de novo foi àqueles trechos que tinha grifado meses antes que recorri. Lorelai Gilmore também. Vocês já conhecem essa história. Obrigada, Cheryl.
I was crying because I was full. Of those fifty-some hard days on the trail and of the 9.760 days that had come before them too.
I was entering. I was leaving. California streamed behind me like a long silk veil. I didn't feel like a big fat idiot anymore. And I didn't feel like a hard-ass motherfucking Amazonian queen. I felt fierce and humble and gathered up inside, like I was safe in this world too.
Outra leitura favorita do ano, que também me salvou mas de um jeito completamente diferente, foi Carry On, da Rainbow Rowell. Carry On é o livro mais feliz e adorável do mundo, e é por isso que ele foi o livro que mais recomendei para todas as pessoas esse ano e recomendo de novo pra você leia ano que vem. Não é aquela história que a Cath escreve em Fangirl, tampouco uma fanfic de Harry Potter. É uma releitura que a Rainbow Rowell faz de todas essas histórias focadas na narrativa de um personagem messiânico, sobrevivente e escolhido, como se todas essas histórias fossem escritas por uma pessoa que gosta de rir e se divertir. A visão da Rainbow funciona tão bem que me fez descobrir que o final de Carry On é tudo que eu queria que o final de Harry Potter tivesse sido e não foi.
Mas isso realmente não importa, porque o livro tem uma escola de magia & bruxaria em que os feitiços tem nomes de músicas dos anos 90 e bordões populares, é tudo esculachado e zoeiro, e Simon e Baz são o melhor casal YA de todos. Eles são debochados e engraçadinhos, agem como adolescentes de verdade, e a descrição física bate certinho com o Harry e com o Zayn. Eles são supostos inimigos e ficam meio que tentando matar um ao outro, mas matar pra valer, até que descobrem que se beijar é melhor que brigar. I'm in love with him, and he likes this better than fighting. Grandes lições de 2016.
Apesar do sucesso & obsessão com esse livro, 2016 não foi muito bacana para literatura YA na minha vida, ao ponto de eu me questionar se passei dessa fase. Não que os outros títulos tenham sido exatamente ÓTIMOS (Will Grayson, Will Grayson, do John Green em parceria com o David Levithan, e Por Lugares Incríveis, da Jennifer Niven), mas fiquei com a impressão que se tivesse lido esses livros há uns dois, três anos atrás, não teria sido tão crítica com eles. Se estiver com vontade, me recomende algum young adult INCRÍVEL pra eu não perder minha esperança no gênero?
Nos quase dois meses que passei em São Paulo no meio do ano, eu li quase nada. Levei dois livros na mala, além de um Kindle cheio de novidades, e a única coisa que consegui fazer foi baixar Carry On para reler minhas partes favoritas e ficar sentindo coisas e rindo. A outra opção era ler Flores, do português Afonso Rodríguez, que eu escolhi pelo nome, pela capa bonita, e pela temática da morte, mas no fim era mais um livro de homem hétero que fuma na janela, trai a esposa com a assistente gostosa e passa o livro inteiro sentindo pena de si mesmo. Acabei abandonando no meio e aquele texto que prometi para a Pólen (intitulado na minha cabeça de ODEIO NARRADORES HOMENS HÉTEROS BÁSICOS) nunca saiu.
Outro fracasso paulistano: o livro da Jout Jout. Gente. Gente. Vamos falar sério: esse livro é uma bosta. Eu sei que vocês amam a Jout Jout e se identificam com ela, deram risadinhas e tal. Algumas das crises no livro são mesmo identificáveis, dignas de umas risadinhas, mas Tá Todo Mundo Mal não é um livro, é um arquivo impresso de posts bobos de um blog. Um blog ruim, porque posso listar pelo menos 10 blogs melhores em todos os sentidos - mais bem escritos, mais maduros, mais interessantes. É verdade que ela em momento nenhum se coloca na posição de escrever um Livro de Literatura Brasileira Contemporânea (ainda que ele seja registrado como tal) e não acredito que ninguém que comprou estava esperando algo do tipo, mas nossa. NOSSA. Eu tenho certeza que a Júlia Tolezano poderia fazer algo melhor que aquele livro.
No fim, valeu a pena pelo tempo que eu e Luisa passamos falando mal dele enquanto andávamos pelo centro de São Paulo.
Outros fracassos literários de 2016:
58 Listas (33 úteis e 25 nem tão úteis assim), da Manuela Barem: O problema não é querer trazer a internet para os livros, mas não entender que nem tudo da internet funciona no formato livro. Esse livro é um excelente exemplo de coisa que não funciona.
Perto do Coração Selvagem, da Clarice Lispector: Eu sei que em algum momento eu vou ler e vou amar Clarice Lispector, porque gosto demais dela na teoria, amo todos os trechos que a Clara me envia só pra eu amar sem saber que é Clarice, mas não consigo passar do primeiro capítulo dos seus livros. Com esse foi assim.
Happy Ever After, da Nora Roberts: o último volume da série Quarteto de Noivas é basicamente um requentado de tudo que tem nos outros livros sem trazer nada novo.
Mas pior que o livro da Jout Jout e todos esses outros, só mesmo o Cursed Child. Fazia tempo que eu não lia um livro genuinamente RUIM como esse é: é ruim do tanto que é mal escrito, é ruim pelo ritmo estranho, é ruim que é CHATO, é ruim que a história é cheia de coisa que não faz sentido, é ruim pelos erros técnicos na mitologia da história, é tão ruim que chamá-lo de fanfic é uma ofensa das grandes para as fanfics, porque existe muita fanfic ótima no mundo. É ruim pelo queer baiting escroto, é ruim por deixar de desenvolver tantos personagens com potencial e desperdiçar a chance de nos mostrar coisas mais interessantes do que mais uma história que, no fim, é sobre a culpa do Harry. Imagino que assistir a peça deve ser uma experiência mais legal, mas esse livro é ruim, gente. Parem de defender.
A mala de São Paulo quase não fechou de tantos livros, livros comprados, livros ganhados, livros que trouxe de tesouro, totém e troféu da Folia de São Paulo. Um deles foi Exames de Empatia, da Leslie Jamison, ainda no formato de prova, que estava jogado na redação desde meu primeiro dia lá e que, no último, disseram que eu podia pegar pra mim. Comecei a ler logo. São vários ensaios, uns melhores que outros. Alguns eu nem entendi o que faziam lá, outros, como aquela da síndrome de morgellons, me deixaram consternada por dias. O mais marcante foi A Grandiosa Teoria Unificada da Dor Feminina, porque fala sobre representações de tristeza e vulnerabilidade (provavelmente meu tema favorito) sob um viés de gênero. Inspirada por ele, escrevi aquele que provavelmente foi meu texto favorito desse ano, para o especial que fizemos no Valkirias sobre o Setembro Amarelo, também um dos melhores momentos do site.
Outro livro dessa safra, comprado com minhas amigas para lermos juntas num domingo de rolar no tapete da Livraria Cultura foi Alucinadamente Feliz, da Jenny Lawson. Minha expectativa era alta e pelos comentários das meninas (comecei a leitura atrasada, para variar) fiquei esperando algo mais engraçado, acho que o humor da Jenny Lawson não foi muito bem traduzido para o português (meninas que se incomodam além da conta com traduções de livros mais informais escritos na primeira pessoa me escrevam PLMDD) e só conseguia pensar que estaria gostando muito mais se estivesse lendo no original ou ouvindo o audiobook. Apesar disso, talvez pelo tema (saúde mental, mulheres completamente DOIDAS, yada yada yada), foi uma leitura difícil de esquecer, que ficou e ainda fica voltando na minha cabeça de tempos em tempos, em forma de identificação e também inspiração. É dela a teoria das colheres, que virou tema de newsletter e tanta gente gostou.
2016 também vai ficar marcado como ano em que eu comecei a gostar de poesia. Naquela semana horrível do estupro coletivo no Rio de Janeiro, me peguei tão triste, desesperançosa, com raiva e com medo que não queria fazer mais nada, escrever mais nada, clima zero para existir sendo mulher no mundo. Então eu vi esse poema:
Acho que esse é o negócio da poesia, pelo menos pra mim, dizer o que estou sentindo e não consigo entender direito, menos ainda articular. Fui atrás da autoria e descobri a Nayyirah Waheed e com ela algumas poetas contemporâneas, que começaram publicando versos curtinhos na internet, em sua maioria mulheres negras. Fico um pouco chateada de ter me apaixonado por poesia através da poesia americana, escrita numa língua que não é minha, que é tão bonita e poética, mas foi a forma como ela me encontrou e venceu minhas resistências. Tudo bem.
Livros de poesia lidos em 2016:
salt. da Nayyirah Waheed: o que já li várias vezes e tocou mais fundo;
nejma, também da Nayyirah Waheed: igualmente ótimo, mas salt. é mais forte e mais coeso;
bone, da Yrsa Daley-Ward: também tem poeminhas curtos, diretos e delicados, mas o que gostei mais foram dos longos, com um ritmo tão incrível que você lê como se fossem historinhas. É realmente mágico;
Constelações, da Helena Zelic: que delícia ler poemas na sua língua, escritos por uma garota mais ou menos da sua idade, que tocam lá no fundo e aproveitam do português para usar palavras como pirambeira. Tem texto sobre ele lá no Valkirias!
Teaching My Mother How To Give Birth, da Warsan Shire: Warsan Shire é a mulher cujos versos inspiraram boa parte das narrações de Lemonade e ir atrás dela foi um reflexo automático de ouvir o disco. Passei o ano todo lendo e relendo o livro, é tudo forte e bonito demais, falei a respeito no Melhores do Ano do site;
Ligue os pontos: poemas de amor e bang-bang, do Gregório Duvivier: eu implico com o Gregório Duvivier e tenho uma preguiça monstruosa dos seus textos no jornal e da sua persona de modo geral. No entanto, esse ano decidi de deixar de ser ridícula e comprar o livro de uma vez em vez de, pelo menos uma vez por semana, ficar na internet procurando os poeminhas tontos e lindos que já foram publicados por aí;
Toda Poesia, do Paulo Leminski: sabe quando um autor de repente começa a aparecer para você em todos os cantos? Foi assim com o Leminski, ele aparecia em todos os lugares, logo ele, o poeta favorito da Clara, que apareceu na minha vida e me fez um caderno de poesia (!) então a única opção foi me render e comprar logo o livro.
Outro pulo fora da minha zona de conforto literária que dei em 2016 foi com As Águas Vivas Não Sabem de Si, da Aline Valek, um livro que mistura suspense e ficção científica. Apesar de adorar tudo que a Aline escreve, demorei alguns meses para comprar o livro justamente por causa dessa barreira da ficção científica - superada com tanto sucesso que já estou com um outro livro do gênero comprado no Kindle esperando 2017 - Story Of Your Life, do Ted Chiang. Peguei As Águas Vivas... quando estava numa ressaca literária e de escrita, precisando de algo diferente, que me sacudisse, e foi isso que o livro fez. Ele é diferente de tudo que já li e nem é por causa do gênero, mas pela exploração literária que faz de diferentes pontos de vista e uma abordagem inesperada da morte e da solidão. Falei mais a respeito no Valkirias também.
Também li minha primeira (!!!!) HQ de verdade, Persépolis, mas devo ser a última pessoa do mundo a conhecer Marjane Satrapi, então fica o endosso e o textinho: Libertem Persépolis!
Para finalizar, alguns livros que ficaram de fora e não sei direito o que dizer sobre eles:
A Trama do Casamento, do Jeffrey Eugenides: esperava uma coisa, esperava muitas coisas, mas o livro é totalmente diferente das minhas expectativas, acho que nem teria gostado se esse homem não escrevesse TÃO. BEM. que chega a dar raiva;
An Offer From a Gentleman, da Julia Quinn: o terceiro da série dos Bridgertons foi o meu favorito até agora, provavelmente a melhor releitura de Cinderela que já li, não fiquei com a menor vontade de jogar o livro na parede, no fim das contas (meu primeiro pensamento quando soube que era uma releitura de Cinderela);
Sobre a Escrita, do Stephen King: presta pelas histórias e por algumas dicas, se você tiver paciência pra aguentar o Stephen King dizendo que sabe tudo e praticamente inventou a literatura.
Nos seis dias que tenho até o fim de 2016, espero terminar How To Be a Woman, da Caitlin Moran, e também Anna Karienina, do Tolstói, na minha eterna releitura. Não gosto de começar um novo ano com um livro pela metade e gostei que, sem querer, comecei e vou fechar 2016 reencontrando livros tão queridos. Espero que ano que vem tenha a energia necessária pra fazer um especial sobre Anna Karienina, com todas as impressões bestas que tive enquanto relia. A última delas foi que Regime Fechado, obra prima de Simone & Simaria, é a música tema definitiva para a história conturbada de Anna e Vrónski.
Eu deixo esse cara cê larga essa mulher
E a gente vai viver a vida como Deus quiser
Sem dar satisfação da nossa relação
Condenados a viver compartilhando prazer
Na cela da nossa paixão
Ô ô ô ô ô
Não quero advogado quero regime fechado
Com você amor
Ô ô ô ô ô
Nós somos bagunçados e reféns desse pecado
E com essa me retiro.
Mas antes, algumas estatísticas:
Foram 25 livros lidos até a última semana do ano;
19 foram escritos por mulheres e 4 por homens;
6 nacionais, 12 americanos, 2 de autoras africanas escritos em língua inglesa, 2 ingleses e 1 iraniano (!);
12 foram lidos em inglês e 13 em português;
7 livros de poesia, 1 peça de teatro, 1 história em quadrinhos, 1 livro de listas, 7 de ficção e 7 de não-ficção.
Não gosto de estabelecer títulos como metas para um próximo ano, porque 12 meses é muito tempo e a chance de chegar lá no meio e não fazer ideia de por que diabos eu me propus a ler determinada coisa em dezembro ou janeiro é enorme - inclusive foi isso que aconteceu com a minha meta do Skoob de 2016. Entretanto, quero participar de algum desafio como o Read Harder, do Book Riot, ou algo desse tipo...... que pode surgir........................ eventualmente............ mas não quero me adiantar. A única coisa que sei é que ano que vem eu vou ler Little Women e não se fala mais nisso. É o que eu venho dizendo todo ano desde 2012, mas ano que vem, ah o ano que vem.
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Não teve newsletter semana passada porque estava ocupada com o Troféu Valkirias 2016 - Música, Cinema, Televisão, Games e Livros. Deu trabalho pra caralho, mas acho que ficou muito bacana e tive a chance de convidar várias amigas maravilhosas para contribuir com as listinhas além do nosso maravilhoso time de colaboradoras. Obrigada demais a todas as envolvidas. <3
Como foi o Natal de vocês? O meu foi surpreendentemente ótimo e animado para uma pessoa que odeia Natal como eu, e isso tem mais ou menos a ver com o tanto que eu bebi, o suficiente pra sair com essa cara de transtornada em todas as fotos, para a profunda consternação de meu poodle, o lorde Francisco. Quero mandar mais uma edição até o final do ano, mas caso não consiga desejo que em 2017 possamos ser todos ALUCINADAMENTE FELIZES. Só de raiva.
Stay beautiful!
Yours truly,
Anna Vitória
Sempre que quiser, responda essa newsletter como um e-mail normal e escreva para mim, vamos continuar conversando depois que o sinal bater.
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