Hello stranger, como vai você?
Hoje estou aqui para lembrá-los do fim inevitável de todas as coisas. Vamos lá?
Nunca tive muito medo de morrer, mas sempre tive pavor da morte dos outros. Minha infância não foi atormentada por fantasmas ou pesadelos com histórias de terror, mas sim por aquele capítulo de Mulheres Apaixonadas em que a mãe da Salete morre no meio do trânsito, vítima de uma bala perdida. Na época eu tinha a mesma idade que a Bruna Marquezine, uns oito anos, e foi a primeira vez que me ocorreu não apenas que minha mãe morreria um dia, mas que esse dia poderia ser a qualquer momento e não tinha absolutamente nada que eu poderia fazer. É assim que nasce uma criança ansiosa.
Funerais, em especial, provocavam em mim um horror sem igual. Tinha pesadelos com velórios, olhava para o outro lado quando passava de carro perto de alguma funerária, repetia desde criança que jamais queria ser velada. Eu tinha 17 anos quando fui a um funeral pela primeira vez. Era domingo de manhã e eu estava dormindo na casa de uma amiga quando meu pai me ligou cedo demais para contar que tia Helena, irmã da minha avó, havia morrido de infarto. Eu adorava a tia Helena, mas, morando longe, ela não fazia parte da minha vida para provocar um luto real, de modo que minhas atenções acabaram voltadas para o fato de que haveria um velório e que eu estaria lá. Não tinha mais como fugir ou olhar para o outro lado.
Tinha quase 18 anos, estava prestes a entrar na faculdade e meus pais acharam que era hora de eu fazer parte das coisas. Tia Helena morava em Santa Helena de Goiás, mas seria velada e enterrada em Uberlândia, então todo aquele domingo foi dedicado ao horrível processo de simplesmente esperar. Fomos para a casa da minha avó e ficamos lá até à noite, sentados na sala, um olhando para a cara do outro. Piche, o cachorro, feliz por ter tanta gente reunida, inconvenientemente alheio aos motivos daquela reunião. O telefone tocou várias vezes, a mesma história era contada, os pêsames recebidos, as atualizações sobre a liberação do corpo e os detalhes do funeral eram repassados e nós chorávamos de forma contida enquanto contávamos histórias sobre ela e repetíamos que ela morreu rápido e sem sofrimento.
O velório seria no dia seguinte de manhã, então cheguei em casa e fui assistir Elizabethtown. São em momentos assim que lembro porque esse filme torto e cheio de decisões questionáveis segue sendo o meu mais inabalável favorito mesmo depois de tantos anos e tantos filmes melhores. Elizabethtown é o mergulho de um personagem em dois grandes pavores da humanidade que estão mais ou menos relacionados: o fracasso e a morte. No início do filme, Drew, um designer de sapatos, é demitido depois que o tênis que ele passou anos desenvolvendo se provou um enorme fiasco de vendas, fazendo a empresa ter um prejuízo milionário. Covarde e assustado como ele é, Drew decide se matar, mas é interrompido por uma ligação de telefone avisando que seu pai acabara de morrer na louca cidadezinha sulista de Elizabethtown, e é dele a missão de viajar para buscar o corpo.
Na viagem ele conhece Claire, uma aeromoça que vai ajudar ele a olhar dentro dos olhos desse monstro. Eles passeiam juntos no cemitério, escolhem a urna onde ficarão as cinzas de Mitch como quem compra sapatos, andam com os restos mortais dele por aí com tanta naturalidade que até se esquecem deles quando ficam ocupados demais flertando um com o outro e se curtindo. Uma das melhores cenas do filme é quando Drew volta pra casa com as cinzas do pai do seu lado no carro, se entregando à toda aquela tristeza e a dor do luto, mergulhando em suas lembranças com o pai e com a assustadora realidade de que ele havia morrido e que estava doendo, como deveria. Ele não estava mais fugindo ou se desviando da dor, mas se entregando àquela experiência, porque essa seria a única forma de continuar vivendo.
Eu gosto desse filme porque ele é um lembrete constante de que fingir que a morte não existe é a pior forma possível de lidar com ela, e ainda assim nós fazemos isso o tempo todo.
Dormi pouco naquela noite e tremi de medo e nervoso nos primeiros minutos do velório, mas passou logo. Não cheguei perto do caixão, mas olhei ele de frente, reconheci a presença daquele objeto que passou a infância inteira me atormentando, e de repente o pavor foi embora. O velório de uma pessoa idosa que teve uma morte breve e tranquila não é um cenário de tragédia e talvez seja a melhor iniciação para uma pessoa apavorada como eu era. Quando eu ficava repetindo que funerais não faziam sentido, cheia da minha arrogância jovem de quem nunca perdeu alguém, meu pai respondia de forma paciente que velórios não eram para os mortos e sim para os vivos. Éramos nós, os que ficávamos, que precisávamos daquilo.
Fiz as pazes com a existência dos funerais, mas a forma como tudo é feito sempre me incomodou. Velamos nossos mortos todos os dias, mas isso não nos deixa nem um pouquinho mais em paz com a realidade inevitável da morte. No terceiro ano de faculdade convenci meus amigos que nosso grande projeto do semestre deveria ser uma reportagem em forma de jogo sobre os trâmites da morte. A parte bizarra do jogo (newsgame, para os iniciados na área) foi cortesia do nosso professor, um entusiasta doido para fazer o newsgame acontecer, mas o tema mórbido ficou por minha conta. Queria falar sobre morte de forma objetiva: o que acontece, como proceder, como as culturas lidam com isso, quanto custa, como funciona essa indústria, etc. Era um serviço, mas eu tinha um interesse terapêutico naquilo.
Por conta desse trabalho, visitamos funerárias e mostruários de caixão, fizemos sessão de fotos em cemitérios, pesquisamos diferentes religiões e descobrimos como até mesmo na internet é difícil encontrar informações básicas sobre serviços funerários. Alguns frutos desse trabalho foram publicados na revista Nós, do nosso curso (orgulhosamente idealizada por mim e meus amigos loucos). E mesmo com essa imersão toda, fiquei ainda mais incomodada com a forma plástica com que tudo era tratado nesses lugares, com funerárias chiques e bem decoradas e ambientes idealizados de modo que ninguém se lembrasse que ali estava cheio de mortos. A gente até tinha um bordão pra isso, uma frase que nossa fonte, uma agente funerária, repetia o tempo todo para falar dos procedimentos funerários: "fazer o trabalho".
A maioria dos nossos ideais modernos forma um complô sofisticado que esconde a mortalidade a todo custo e a maioria dos nossos problemas existenciais têm em seu fundamento essa negação patológica da morte. Essa a tese de Caitlin Doughty, autora de Confissões do Crematório, livro que estou lendo. Caitlin é historiadora e estudou a morte na faculdade, de onde saiu com 23 anos para trabalhar num crematório, onde ficou por seis anos. O livro fala sobre tudo isso e quando minha amiga me contou sobre ele sabia que era o livro que eu queria ler desde sempre, o que eu queria que aquele trabalho de faculdade fosse.
Olhar diretamente nos olhos da mortalidade não é fácil. Para evitar isso, nós escolhemos continuar vendados, no escuro em relação às realidades da morte. No entanto, a ignorância não é uma bênção - é só um tipo mais profundo de pavor.
Podemos nos esforçar para jogar a morte para escanteio, guardando cadáveres atrás de portas de aço inoxidável e enfiando os doentes e moribundos em quartos de hospital. Escondemos a morte com tanta habilidade que quase daria para acreditar que somos a primeira geração de imortais. Mas não somos. Vamos todos morrer e sabemos disso. Como o grande antropólogo cultural Ernest Becker disse: "A ideia da morte, o medo dela, assombra o animal humano como nenhuma outra coisa". O medo da morte é o motivo de construirmos catedrais, termos filhos, de declararmos guerras e de vermos vídeos de gatinhos na internet às três da madrugada. A morte guia todos os impulsos criativos e destrutivos que temos como seres humanos. Quanto mais perto chegamos de entendê-la, mais perto chegamos de entender a nós mesmos.
Pensei que meu interesse racional pelo tema fosse impedir a leitura de me afetar, como se estivesse blindada, mas se blindar nada mais é do que tentar se salvar de morrer de medo, então essa semana me vi com os olhos arregalados de madrugada, sem conseguir dormir, pensando na morte da bezerra e de todas as outras pessoas do mundo. É muito sofisticado e romântico pensar na morte quando ela não está perto, mas os últimos dois anos foram uma lembrança para mim de que a morte é real, é assustadora e não é nada bonita. Nos últimos dois anos meu avô teve um câncer, meu outro avô passou por diversas internações em UTI's e foram muitos dias em casa com taquicardia a cada vez que o telefone tocava. Meu tio-avô, que é da idade do meu pai, foi diagnosticado com um tipo raro de leucemia e morreu em dois meses, e minha prima, filha dele, um ano mais nova que eu, teve que enterrar o pai. Livre do câncer, ano passado meu avô sofreu um acidente de carro de onde ele saiu com um dedo quebrado, mas que fez três vítimas fatais que morreram na hora. A morte deixou de ser meu interesse sociológico estranho-descolado e voltou a ser um pavor paralisante.
Era 1h30 da manhã e eu estava vendo a Lu Ferreira experimentar doces estranhos na internet porque eu precisava desesperadamente esquecer que vamos todos morrer um dia. Parei de assistir Six Feet Under - uma série sobre uma família que é dona de uma funerária - porque não aguentava mais sonhar com aquilo e perder o sono.
"Love is watching someone die" é, talvez, o meu verso favorito na história da música (!) e também o mais triste de todos. Sou muito próxima dos meus avós, e ter tido a chance de crescer tão perto deles é um privilégio que me mudou pra sempre, me fez melhor, e que nunca vou conseguir agradecer o suficiente. Mas observar de tão perto a decadência física e mental deles, todo dia um novo problema, todo dia um dia a menos, me lembra por que o amor de verdade assusta ao ponto de esmagar: ele nos lembra que tudo acaba, e que vai doer, e que esse é o preço que pagamos quando amamos, realmente amamos, alguém.
Comecei a entender isso no velório da tia Helena: aquilo foi uma afirmação do fim, mas também um reforço positivo do que era a vida, por conta do amor. Foi naquele ambiente estranho da funerária, num dia triste, que senti com mais força a concentração bizarra de ENERGIA que era estar cercada de pessoas que eu amava, que me amavam, que amavam a minha família e que amavam a minha tia, presentes naquela ocasião horrível para dar um abraço e lembrar que estavam ali, e que nós estávamos juntos, e que aquela era uma dor imensa, mas que o amor também era muito grande.
Outra coisa que li esse ano foi Story of Your Life, do Ted Chiang, conto no qual foi baseado A Chegada, filme lindo de morrer (rs) do ano passado, lindo e triste como a vida. Para não dar muitos spoilers, vamos dizer apenas que a personagem principal tem acesso ao futuro, e sabendo do futuro ela descobre a morte, mas a morte não é um spoiler, certo? Vamos todos morrer mesmo. O grande ato de beleza do filme é que mesmo sabendo do fim inevitável ela não muda as suas escolhas e se atira sobre uma provável tragédia - uma escolha que, de formas mais ou menos dramáticas, nós fazemos todos os dias. Continua sendo uma merda, talvez seja inútil procurar um sentido, mas o amor ainda me parece um princípio de orientação melhor do que a ignorância e o medo.
From the beginning I knew my destination, and I chose my route accordingly. But am I working toward an extreme of joy, or of pain? Will I achieve a minimum, or a maximum?
São questões. Boa semana para vocês.
+ Na época do trabalho sobre morte fiz uma mixtape temática com o blog, e aproveitei essa semana para transferi-la para o Spotify e lamentar de novo a morte do 8Tracks como o conhecemos. A playlist contém: Flaming Lips, Pato Fu, Wilco e a ousadia de duas músicas do Rilo Kiley, prestigiem;
++ "Forever" foi o primeiro texto da Helena Fitzgerald que eu li, e ele fala sobre velhice, sobre David Bowie, sobre medo, mas, principalmente, sobre amor. Ela tem uma newsletter inconstante porém ótima, a Grief Bacon, e sugiro que assine quem gostar de ler sobre essas coisas.
Para nossa sorte, a indústria do entretenimento está aí trabalhando muito bem para que a gente esqueça da morte e essa semana eu também fui assistir La La Land.
Desde que o filme foi anunciado, eu sabia que ele seria um filme feito pra mim. Tudo a respeito dele é como um empilhado das coisas que eu mais adoro no cinema e na vida, de um jeito que até agora não acredito que ele exista de verdade. É um musical, mas não apenas um musical. Os Miseráveis também é um musical, veja só vocês. É um musical dançante, com sapateado, uma homenagem aos filmes antigos da era de ouro de Hollywood - e fazer um musical dançante nostálgico sobre filmes antigos é a mesma coisa que fazer uma homenagem ao Fred Astaire e à Ginger Rogers, um dos maiores casais do cinema, os melhores dançarinos, aos mais lindos, os mais tudo, os meus ídolos de garota que um dia também foi sapateadora. La La Land tem Emma Stone e Ryan Gosling como casal protagonista e é sobre sonhos, e paixão, e tem música, e valsa, e eles dançam nas estrelas e eu ainda não acredito que esse filme existe e que eu fui vê-lo na última noite de sexta.
Mas (sempre tem um mas) o encantamento não me impediu de ter #questões sobre o filme, que estão mais relacionadas à Indústria (tm) e ao contexto político do seu lançamento do que ao La La Land em si, mas ainda são #questões que encheram duas páginas do Word tão logo eu cheguei do cinema - mas vamos deixar isso para a crítica mais ou menos séria que sairá em breve e focar no que importa hoje. La La Land é lindo, um encanto, um sonho, e um musical como esse é o melhor que o ser humano pode fazer para escapar da realidade da morte.
O engraçado desses filmes tributo, cheios de referências, é que captar as inspirações é muito gostoso, mas nos leva a ficar comparando as coisas. Pelo menos eu acho muito difícil desligar essa antena dentro de mim, principalmente num filme tão próximo a outros filmes que estão há anos na minha lista de favoritos da vida.
A referência mais óbvia para mim é Top Hat, filme de 1935 estrelado por Fred Astaire e Ginger Rodgers. Se eu não tivesse visto esse filme 80 milhões de vezes e não vivesse pelos duetos dos dois talvez conseguisse aproveitar melhor o Ryan e a Emma dançando um sapateado bem desajeitado, mas genuíno e fofo. Mas eu não consigo superar Cheek To Cheek e aquela dança na chuva, então voltei pra casa doida pra ver Top Hat de novo. Aproveitei a oportunidade pra finalmente comprar o DVD (!) do filme, porque essa vida sem computador e sem celular me fez ver que streaming é muito bom e muito prático, mas algumas coisas são preciosas demais pra gente não se permitir o luxo de ter em casa a salvo das intempéries tecnológicas.
Enquanto meu DVD não chegava, acabei assistindo a um outro musical que tinha em casa, também um favorito: Funny Face, com o Fred Astaire e a Audrey Hepburn. Ele lembra o La La Land pela forma como funciona também como uma homenagem à cidade onde o filme se passa, que é símbolo para o que existe de mais caro nos corações dos personagens. La La Land mostra a Los Angeles do coração do Damien Chezelle e Funny Face é sobre a Paris do Stanley Donen, da Audrey e do Fred.
Se ainda não viu nenhum deles, assista. Vai mudar e destruir a vida de vocês do jeito mais lindo de todos. É bem melhor que drogas recreativas pra esquecer que a gente vai morrer um dia.
Disco da Semana
Sandy & Junior (Sandy & Junior): Continuo sem computador e sem celular (não me perguntem), o que significa que para ouvir música em casa estou tendo que recorrer ao meu sonzinho velho (já gagá por anos de umidade no banheiro tocando músicas enquanto eu tomava banho) e meus poucos CDs antigos. Era uma questão de tempo até que eu começasse a ouvir Sandy & Junior de novo. Gosto bastante desse que eles lançaram em 2001, numa tentativa de virada pop rock mais descolada e menos cafona que os outros álbuns - mas a gente sabe que não existe maior potencial para cafonice do que tentar desesperadamente não ser cafona, principalmente se isso está no seu sangue, na sua alma e é o que você tem de melhor. Então esse CD é cafona e maravilhoso, como se deve ser.
Músicas favoritas: Quando Você Passa (Turu Turu), Nada É Por Acaso, Não Dá Pra Não Pensar.
+ Me empolguei tanto com o CD que acabei fazendo uma homenagem para ele em forma de lista no Buzzfeed, porque se não for para ser ridícula em todas as plataformas eu nem ligo o computador.
Links, Links, Links
- O Valkirias voltou do recessinho e estamos com calendário cheio, textos novos, layout renovado e muuuuita vontade de fazer coisas legais em 2017! <3
- Mais uma entrevista ótima na Interview, dessa vez com Solange, feita por ninguém menos que sua irmã mais velha, Beyoncé. As duas são super reservadas, então é realmente um privilégio ver essa conversa franca entre duas irmãs e duas grandes mulheres sobre arte, família e como elas são loucamente fãs uma da outra;
- Outra Cozinha é a newsletter da Carla Soares sobre culinária afetiva, uma das coisas que eu mais gosto de ler. Essa semana ela escreveu sobre a preguiça e sobre reconhecermos os limites da nossa realidade e da nossa rotina e nos cobrar menos. E lá no site ela deu a receita de um sorvete caseiro de banana, que é a coisa mais fácil e deliciosa do mundo, completamente natural e vegano, que coincidentemente eu fiz em casa pela primeira vez depois de aprender com meu primo no início do ano;
- Ainda sobre equilíbrio e cuidado, esse texto ótimo da Cristal, do Um Ano Sem Lixo, sobre respeitar nosso tempo, nossas causas e ter a leveza para encontrar um equilíbrio entre isso e o resto do mundo. Ela também escreveu sobre como seu movimento pela beleza natural tem a ver com o feminismo e vale muito a pena ler;
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Espero que não tenham achado o tema de hoje muito pesado e realmente indico vídeos de pessoas experimentando coisas estranhas (tipo essa menina FOFÍSSIMA experimentando coisas brasileiras tipo catuaba) para aqueles momentos em que você precisa muito relaxar a cabeça e dormir porque trabalha no outro dia e insônia induzida pela consciência da própria mortalidade ainda não é um motivo plausível pra tirar folga no trabalho - mas deveria.
Não se esqueçam: realidade é uma merda, mas ainda é o único lugar onde a gente pode comer um sanduíche de picanha ou assistir La La Land.
Stay beautiful e dancem nas estrelas!
Yours truly,
Anna Vitória
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