Hello stranger, como vai você?
Comecei a ler Um Amor Feliz, livro mais recente da Wislawa Szymborska, ainda na livraria. Foi numa dessas tardes do desemprego em que saía para passear meio sem rumo, pra passar o tempo mesmo, e terminava numa poltrona escondida da Saraiva com alguns livros no colo. Prometi que voltaria para comprá-lo tão logo sobrasse algum dinheiro.
No fim do ano, na hora de distribuir os presentes de Natal, meu tio entregou para mim e para minha outra tia dois pacotes idênticos da livraria Cultura: o meu era um livro da Svetlana Aleksiévitch, o da minha tia era Um Amor Feliz. Tudo bem que A Guerra Não Tem Rosto de Mulher estava na minha lista de desejados desde o lançamento, e foi mesmo o presente perfeito para a sobrinha jOrNaLiStA e fEmInIsTa da família, mas poxa!!!! Foi esse mesmo tio que me deu Poemas, primeiro livro da Szymborska publicado aqui, há alguns anos, e espero que ele não tenha percebido minha decepção ridícula com seu lapso de coerência. Assim que vi Um Amor Feliz sozinho num canto naquele feriado, comecei a lê-lo novamente.
Não cheguei até o final, porque preciso ler um mesmo poema várias vezes e, no caso dos poemas da Szymborska, preciso ler várias vezes, fechar o livro, e ficar vários minutos pensando, sentindo. Não que seja uma poesia difícil, hermética, mas porque é simples, quase banal, e arrebata porque mostra como o simples e banal do nosso mundo pode ser extraordinário, bonito, triste demais. Estava com umas ideias soltas para escrever aqui e foi lendo um texto da Isadora sobre essa característica da Szymborska que veio o clique e tudo se juntou. Ela lembrou o verso que dá título a essa edição, do poema Sob uma Estrela Pequenina, cheia desses pequenos deslumbramentos e um pedido de desculpas por notar e viver todos eles em meio ao caos do mundo.
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Há três semanas, eu queria escrever sobre estar bem e coisas que me fazem feliz. Tinha até rascunhado um título: Movimento Vida Top - O Retorno. Esse movimento é uma ideia original da Clara e consiste basicamente em viver sem estresse, só com coisas top. Parar de desperdiçar energia com coisas que não valem a pena, com coisas que não têm solução e se permitir. Se divertir. Fiquei muito mal por causa do meu avô, vários dias sem comer, sem dormir, sem ter vontade de me arrumar, mas quando voltei pra casa semana passada há 3 semanas, sabendo que ia ficar vários dias sozinha, decidi que precisava mudar isso pra poder conseguir trabalhar e viver como uma pessoa funcional, com força para estar lá por quem precisasse. Descabelada, pálida e com cara inchada de choro o dia inteiro eu só ia ser mais uma fonte de preocupação pros outros, e é verdade que meu avô sempre ficava bravo quando via gente de pijamas depois das 10h. Então tirei uns dias pra viver sem estresse, só com coisas top: cancelei o que foi possível cancelar, não fui na auto escola (oi! estou fazendo auto escola e odiando c a d a s e g u n d o da experiência), dormi até tarde, comi tudo que deu vontade, comprei roupas lindas, bebi sozinha na rua, vi série demais.
Minha life-coach Anne T. Donahue também escreveu sobre isso recentemente:
Well, the point is survival. And you cannot survive without sustenance. Stupid shit sustains us. Friends sustain us. Watching that sloth scene from Planet Earth II sustains us. You can't fight and protest and listen and learn and teach and support if you're an empty shell. Fuck man, you can't even write an essay about One Direction if you're an empty shell. (I have tried.) You're not cheating if you fill up the mental and emotional pool, you're ensuring that you're enlisted in a marathon, and not a sprint. Do you know how long four years is? Fucking long. So if you don't pause to be a person taking care of themselves, you will make it to next week... maybe? And then you will burn out we've talked about that, and it is terrible in the realest ways. Plus, what good are you, then? Burned out and empty? You are helping no one by depleting your brain/heart/feelings, and nobody needs a martyr. What we all need are people.
No caso dela, o contexto é a tempestade de merda que nossos amigos lá de cima estão vivendo por causa do Trump. É uma tragédia e não tem graça nenhuma, mas estou achando curioso observar os americanos vivendo esse processo agora, depois da tempestade de merda que vivemos por aqui por conta do impeachment. Ainda não acabou, longe disso, mas já passamos daquele estágio de luto carregado de ansiedade que mistura o sentimento de QUE MERDA É ESSA QUE TÁ ACONTECENDO com a angústia de querer fazer ALGO e não saber bem o que fazer, se sentir péssimo com a impotência e uma culpa horrorosa por estar fazendo QUALQUER COISA que não seja útil para o país - pior ainda cometer o despautério de fazer algo top, gostosinho, feliz, trazer flores pra casa no meio da guerra.
Coma tragédia distópica que aconteceu no Espírito Santo, me vi de novo intimidada pela minha vontade de escrever sobre coisas felizes. Me parecia vulgar demais, insensível. Voltei praquele lugar mental cheio de culpa me perguntando QUAL ERA O PROPÓSITO e foi quando todas essas referências vieram juntas para me lembrar que é necessário sobreviver e resistir e endurecer sem perder a ternura.
Minha outra life-coach Clara Browne também falou sobre isso no manifesto original do Movimento Vida Top:
A vida tá ruim pra todo mundo. Diria quem decidiu o título do livro da Jout Jout: tá todo mundo mal. Todo mundo tá na crise político-econômica-social. Até o mais privilegiado dos privilegiados tá preocupado com essa vida. Tá todo mundo cansado, maluco, sem condições de aguentar eleições agora. Deixa a gente se divertir. A verdade é que ninguém mais lê textão de fb problematizando coisa.
A ideia do Movimento Vida Top é poder fazer as coisas de uma forma saudável. Não significa deixar tudo a Deus dará, significa apenas saber que você faz o que pode e focar no positivo disso. Foca no que você gosta, foca na zoeira, na diversão, foca no que te faz bem. Não precisa sofrer pelo que não te faz bem. Essas coisas, a gente corta da vida, a gente deixa passar, a gente não dá bola.
Essa nossa geração que tá aqui já tá morrendo de estresse e pressão. Quase todos os meus amigos têm depressão e/ ou ansiedade e isso não é uma frescura, é coisa séria. Pelo menos 2/3 das pessoas que eu conheço tomam ou já tomaram remédio para transtornos psicológicos e é excelente que esses remédios existam e ajudem as pessoas, mas ao mesmo tempo isso mostra o quão cagada o modo de vida que criaram pra gente tá. Nós chegamos num nível de esgotamento de tudo que estamos ficando doentes. E, sim, estamos tentando mudar. Já disse na newsletter e repito: esse sistema que temos faliu e estamos na busca de um novo. Mas enquanto fazemos isso, estamos perdendo a cabeça com umas coisas muito desnecessárias.
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Não consegui concluir a edição antes de cair de novo em uma espiral de bad. Semana passada foi um grande mean red, como descreve a Holly Golightly em Bonequinha de Luxo: de repente você está com medo e não sabe do que está com medo. Se é ansiedade, inferno astral, luto ou uma TPM que não acaba nós jamais saberemos, mas se antes reuni todas as minhas forças para ficar bem, dessa vez eu simplesmente deixei rolar - ou apenas não tinha para onde fugir. Reconhecer que não se está bem, deixar a bad te engolir, e só depois renascer de volta às vezes é o único caminho possível. Numa bela manhã de sexta acordei me sentindo gente de novo e aquele tom amargo e cínico que estava contaminando todas as minhas conversas e textos começou a sumir.
Pena que já era tarde demais para concluir esse texto de um jeito que fizesse algum sentido, ou me parecesse satisfatório. A gente nunca consegue recuperar o tom de antes depois que aquele sopro inicial de inspiração vai embora pela janela. Como não aguento mais esse texto sem conclusão, tampouco consigo começar outro do zero com esse rascunho pela metade, vou encerrar de qualquer jeito e aceitar que não é todo texto que vou amar e tudo bem. Sem estresse, só coisas top. Acho que é assim que brinca.
Não me acuse, alma, por tê-la raramente.
Me desculpe tudo, por não estar em toda parte.
Me desculpem todos, por não saber ser cada um e cada uma.
Sei que, enquanto viver, nada me justifica
já que barro o caminho para mim mesma.
Não me julgues má, fala, por tomar emprestado palavras patéticas,
e depois me esforçar para fazê-las parecer leves.
{Sob Uma Estrela Pequenina - Wislawa Szymborska}
Breve lista de coisas que me fazem feliz
1) FALAR TOP
Sabe quem fala top? O Neymar. Sabe quem não fala top? O Temer, porque ele usa mesóclise, e aquele seu amigo MALA que posta no Facebook que vai excluir do perfil gente que fala top e gosta de pagode COMO SE ALGUÉM SE IMPORTASSE. Escolha seu lado.
2) MÚSICA POP
Uma das minhas maiores fontes de felicidade nos últimos dias é o Daily Mix do Spotify, principalmente meu Daily Mix de música pop. Eu quero enfiar minha língua na boca do criador desse algoritmo, porque ele compreendeu a minha alma, ele faz com que eu me sinta GRATA pelo tempo que passo ouvindo música e oferecendo todos os meus dados pro serviço, me parece um preço justíssimo a se pagar por horas e horas de pura diversão na forma de pop chiclete sensual. Compilei algumas músicas do daily mix pra uma playlist que já tinha (feita especialmente pra despedida de solteira de uma amiga) e dá pra ouvir aqui!
3) COMIDAS GOSTOSAS
Usar comida como consolo ou compensação não é uma maneira saudável de se resolver essa questão (ótimo vídeo sobre isso!), nem uma ideia razoável a longo prazo, mas depois de passar uma semana conseguindo comer pão seco e nada mais, o dia que acordei com vontade de comer um filé a parmegiana congelado eu apenas fechei os olhos e fui. Nessa semana teve espetinho, teve fast food, teve Pringles, teve a infame parmegiana Sadia e o dia que fui sozinha nos foodtrucks perto da minha casa comer hambúrguer, tomar uma cerveja e voltar pra casa com três brigadeiros porque a festa é minha e eu choro se eu quiser. Esse dia foi foda.
4) ROUPAS BONITAS
5) CÃES E ANIMAIS NO GERAL
6) DORMIR ATÉ TARDE
Não é ciência de foguetes, é simplesmente desligar o despertador para o dia seguinte e deixar a felicidade desse gesto te invadir.
7) SHIPPAR
LEIAM THE HATING GAME. É divertido, enlouquecedor e acabou com a minha vida; é tudo que eu sentia acompanhando Chuck & Blair, Leslie & Ben e Jim & Pam AO MESMO TEMPO. Não tem muita história rolando além do casal e tudo que acontece até eles finalmente ficarem juntos, e o livro abraça gloriosamente várias tropes e clichês de comédias românticas clássicas, mas de um jeito muito esperto. A dinâmica é from enemies to lovers, com a história de dois colegas de trabalho rivais que se odeiam e competem o tempo inteiro. Ele tem as coisas que mais amo numa história de amor: humor!!! competições idiotas!!! apelidos ridículos!!!! BEIJOS!!!!!, com kinks muito específicas e outras que descobri que tinha só por causa desse livro. Ele é ótimo, me fez sorrir e quase virar duas noites lendo. Às vezes tudo que a gente precisa é de um casal pra amar e torcer. Lucy e Josh, amo vocês.
8) VER UM FILME INCRÍVEL NO CINEMA
Assistam Moonlight! Assistam Elle! Assistam Hidden Figures!
O último filme incrível que vi no cinema foi Hidden Figures, que eu sabia que ia amar desde que ouvi falar sobre ele a primeira vez, mas que ainda assim fui surpreendida com o tanto que amei. Ele conta uma história muito importante e real sobre três mulheres negras que trabalharam na NASA na época da corrida espacial (e da segregação racial nos Estados Unidos) e foram muito importantes no desenvolvimento do programa e quebraram alguns paradigmas no período - uma delas, Mary Jackson, foi a primeira engenheira mulher e negra da NASA. Mas, além disso, é um filme tão feliz! Ele tem coração e ganha vida ao apresentar essas mulheres também como amigas, mães, mulheres apaixonadas e apaixonantes em vestidos lindos. Não posso falar com propriedade sobre como isso é importante e poderoso em termos de representatividade, mas posso compartilhar a minha experiência que é a de alguém que foi profundamente tocada, que morreu de chorar de felicidade e emoção, e que quer que o mundo, e principalmente as meninas, vejam o filme, várias vezes, sempre que estiver difícil acreditar ou seguir adiante.
9) CHEIRO NO CANGOTE
Dar, receber, a palavra cangote em si, a melhor da língua portuguesa. Pratiquem juntamente com beijos na testa e massagem nas mãos.
10) AMIGOS
Esses dias a melhor coisa que aconteceu no meu dia foi sair pra colocar meu cartão de vacinas em dia com minha amiga. Tomamos três injeções, meu braço doeu por uma semana, ficamos mais de uma hora na fila de espera e conversamos tanto que a boca secou. Meu amigo fez uma pasta no Pinterest pra me ajudar a decorar meu novo quarto. Tenho uma colega de trabalho que sabe que eu adoro chá e por isso sempre deixa uma caneca separada pra mim dos chás deliciosos e doidos que ela faz. Ganhei um caderno de poesia personalizado e incrivelmente detalhado pra aprender mais sobre poemas. Uns amigos assim, bicho. Tenham, cultivem e sejam amigos incríveis para seus amigos também.
11) GOOD HAIR DAY
Com direito a selfies lindas para postar nas redes sociais e ser curtida pelos crish tudo em todas as plataformas possíveis. Ter autoestima é importante, mas às vezes a gente precisa de um empurrão de coragem. Sim, trabalhamos com elogios.
12) YOUTUBE
Recentemente maratonei todo o canal da Hel Mother. Não sei explicar a alegria que me faz assistir tantos vídeos sobre maternidade real, mas acontece. Amamentação? Puerpério? Parto natural? Sei de tudo, manjo horrores. Algo que sempre me enche de alegria é ver a Ariel Bissett falando sobre qualquer coisa, porque ela é tão genuinamente entusiasmada por tudo que você se sente na obrigação de ser feliz e acreditar nas coisas também, de um jeito bom. Ver os vídeos da Stephanie é como ouvir uma amiga e sempre terminar com a cabeça cheia de ideias, inspiração e teorias, mesma coisa que fazer qualquer coisa e deixar a Vic falando no fundo sobre sua enorme coleção de batons vermelhos. Não presto atenção na maioria deles, mas me distraio e fico feliz.
13) SER FÃ
Desejo que todas as pessoas um dia na vida possam ouvir uma música colocando involuntariamente a mão no coração, que é o que acontece sempre que escuto Wilco. Já reassisti o show que eles fizeram no Popload umas três vezes, e em todas o show acabava e eu estava completamente eufórica, sem acreditar que era real. Uma apresentação da Beyoncé virou tema do meu TCC, um CD dela me fez chorar ao conversar sobre ele, eu fui correndo na copa do trabalho avisar a quem estivesse lá, muito empolgada e talvez alto demais, que ela estava grávida de gêmeos. Ser fã é um dia se pegar rindo gostoso sozinha, do nada, porque você acabou de lembrar de quando Harry Styles comeu uma laranja (atrás da Rihanna) durante o VMA.
14) AMAR UMA SÉRIE DE TV
Não tenho costume de maratonar séries porque esse simplesmente não é o meu ritmo, mas acho muito bom quando acontece de eu me envolver tanto com algum seriado que isso fica em segundo plano e aquela história passa a controlar minha vida. Foi o que aconteceu quando comecei a ver Crazy Ex-Girlfriend: nada me tira da cabeça que Rachel Bloom veio ao mundo para nos salvar. Estou envolvida até o pescoço com os delírios românticos de Rebecca Bunch, sentindo até as tampas uma identificação dolorida e assustadora com as questões psicológicas mais profundas de todos os personagens (e todos têm #questões psicológicas tão profundas!), sonhando em ser visitada por fantasmas de sonho que vão resolver a minha vida e cada vez mais presa no delírio fantasioso de que a vida pode ser um grande musical. Vejam Crazy Ex-Girlfriend.
15) SORRIR VENDO MENSAGENS
Não precisa ser paquera, basta ter alguém que no meio do dia te envie a foto de um pônei escovado ou um Pokémon com seu apelido, reclamando que você se recusa a ser capturada.
16) PERTENCER
O luto é essa experiência doida em que uma dor irreparável pode coexistir com um amor transbordante e inesperado, um encontro todo novo com pessoas que você conhece a vida toda, mas que só uma perda compartilhada pode unir a todos como parte de uma mesma coisa. E de repente isso parece bom. Quando você para de se sentir a garota nova em um lugar para se sentir parte dele. Quando você percebe que você e você mesma formam um time, e que, juntas, vocês podem vencer o mundo.
Disco da Semana
Joanne (Lady Gaga): Está difícil ouvir qualquer coisa que não seja Lady Gaga nos últimos tempos. Gostei do Joanne desde o lançamento, mas a obsessão bateu forte mesmo após sua apresentação no intervalo do Super Bowl. Conversando com a Clara sobre isso, concluímos que a postura dela tem tudo a ver com aquilo que temos buscado, que é resistir dentro das nossas limitações, ouvir nossos sentimentos, cuidar do nosso coração. A apresentação dela não foi tão incisiva e agressiva (não digo isso como um demérito, jamais) como a participação da Beyoncé no palco do Bruno Mars, mas foi uma mensagem sobre a importância do amor, do respeito e, sim, da diversão mesmo em tempos difíceis.
O que mais gosto nesse disco é como ele parece um encontro perfeito de tudo que a Gaga vinha construindo até então, com os seus trabalhos anteriores. Aí ela chega até aqui e dá um passo adiante, ou melhor, pra dentro, fazendo com que a grande personagem da vez seja ela mesma, de um jeito que até então não tínhamos conhecido de forma tão despida e vulnerável. É um baita disco e as músicas são todas ótimas.
Músicas favoritas: todas (TODAS), mas principalmente Diamond Heart, Dancin' In Circles, Million Reasons, Hey Girl, Come to Mama, Grigio Girls e Just Another Day.
Links, Links, Links
- Apesar de ter ficado ausente por aqui nas últimas semanas, andei escrevendo bastante internet adentro. Vamos à autopromoção de costume:
Como prometido, a crítica mais ou menos séria de Confissões do Crematório, do qual já falei um pouco aqui e que se tornou um dos meus livros favoritos, disparado;
Moonlight se tornou o meu filme favorito na disputa pelo Oscar e adorei escrever sobre ele junto com minha amiga Creide;
Fiz uma listinha simpática com seis cantoras que eu queria muito que lançassem disco novo esse ano: Lorde, Haim, Kate Nash, St. Vincent, Sky Ferreira e Taylor Swift;
Saiu meu primeiro texto no Headcanons, um trabalho que curti DEMAIS fazer: perfil de fã da Mariana Neri, dona da página Is Wilco Coming To Brazil? (e da ótima newsletter mops), que tem uma história super legal com o Wilco e que eu morria de vontade de contar em algum lugar. Deu certo!
- Domingo já é o Oscar e lá no Valkirias estamos correndo feito doidas para conseguir falar de todos os filmes e dar conta de todo o assunto que a polêmica premiação acaba rendendo. Além das críticas dos filmes, segunda começamos mais uma semana especial para falar sobre os bastidores da Academia e entender melhor alguns problemas estruturais que fazem o Oscar ser nosso eterno problematic fave. Sei que pareço uma doida viciada no próprio site (e sou mesmo), mas realmente acredito muito nesse trabalho e tenho a maior honra de estar cercada só de meninas maravilhosas. Vocês podem ver todos os textos do especial nesse link e aguardar mais textos durante a semana!
- Declaro que estou oficialmente começando a me levar a sério: andamos conversando no QG do site sobre a importância de nos levarmos a sério, de tratar nossos projetos pessoais como algo sério, não brincadeira, e sobre como é importância bater no peito e carregar na testa certos rótulos complicados, como o de escritora. A conclusão foi que é preciso parar de usar eufemismos - tipo o gente que escreve, que eu adoro - para nos chamar pelo nome que temos, escritoras. A Paloma foi lá e transformou tudo nesse texto lindo e inspirador, leiam leiam, leiam. Aliás, a Paloma tem postado coisas incríveis no Medium, como esse outro texto que sou euzinha do início ao fim: A Barriga do Gato. Como é bom ter amigas incríveis.
- Poesia do corpo, das raízes, do amor: por falar nelas, a Odhara, minha amiga princesa, publicou sua primeira matéria na TPM falando da deusa Warsan Shire. É uma matéria bem completa e bonita, uma porta de entrada maravilhosa para o trabalho dessa artista que tanto mexeu com a gente ano passado. Prestigiem!
- A internet onde eu quero viver é essa onde todos os dias surgem projetos novos e incríveis cheios de gente talentosa: recentemente foi lançada a Deriva, uma publicação herdeira da Confeitaria, que também tem por trás a Fabiane Secches e mais um bocado de gente bacana. As edições são periódicas e o conteúdo é todo publicado de uma vez, como uma revista, e a gente fica com aquela missão gostosa de devorar os textos aos poucos. Ainda não venci tudo, mas recomendo demais o prólogo escrito pela Fabi, explicando essa ideia de relacionar literatura, cinema, arte e psicanálise, e também o texto da Sofia sobre Tiny Beautiful Things, da Cheryl Strayed.
- Guia para iniciantes de como ser uma pessoa mais sustentável: vídeo da Ariel cheio de informação e carregado daquela energia boa de YAYYY VAMOS MUDAR O MUNDO!!!! para quem, assim como eu, tem pensado em como ser um pouco mais sustentável nos seus hábitos diários.
- 32 of the most wholesome things that have ever happened: apenas uma lista com coisas puras, perfeitas e maravilhosas, histórias fofas de crianças, bichinhos e pessoas simplesmente especiais, pra gente sorrir e acreditar nesse mundão.
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Foi uma edição meio confusa e torta, porque realmente me perdi no meio, vários dias se passaram, mas eu não conseguia escrever mais nada e eu precisava muito escrever. É engraçado como a vida muda, né? Domingo é dia do Oscar, meu aniversário, carnaval e eu estava fazendo planos para viajar e curtir os bloquinhos cheia de glitter pela primeira vez na vida. Mas acontecem coisas: perdi meu avô, estou mudando de apartamento, e no meio disso tudo acordei e percebi que já era outra pessoa e tudo estava diferente. What you once were isn't what you wannabe anymore, diz a música do Wilco. E tudo bem. Eu acho. Pelo menos vai ficar.
Quando falar com vocês de novo, provavelmente vai ser de uma outra casa, com uma outra idade. Enquanto isso, conversarei com Francisco, o poodle, sobre algumas questões urgentes da existência. Vejo vocês do outro lado!
Stay beautiful!
Yours truly,
Anna Vitória
Sempre que quiser, responda essa newsletter como um e-mail normal e escreva para mim, vamos continuar conversando depois que o sinal bater.
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