Hello stranger, como vai você?
A primeira vez que vi Twin Peaks eu tinha 15 anos. Com o retorno da série um monte de gente começou a falar de novo sobre Twin Peaks e muitos desses textos eram acompanhados de relatos das pessoas sobre seu primeiro contato com a série, quando ela estreou em 1990, o tipo de lembrança que só contribui para a construção do mito em torno dela, que já é enorme. No Brasil, Twin Peaks era exibida como um quadro do Fantástico - censurada, claro, mas pensar em algo como Twin Peaks passando no Fantástico, ainda que com cortes, me faz ter certeza que os anos 90 foram mesmo um outro planeta. A série chegou aqui com um ano de atraso e pessoas que moravam fora gravavam os episódios mais novos em VHS e mandavam para os amigos no Brasil, que passavam a fita de mão em mão pra todo mundo saber quem matou Laura Palmer. Meus tios, que nessa época estavam na faculdade, me contaram que eles faziam festas temáticas pra celebrar o aniversário de morte da personagem.
Minha experiência não envolve VHS intercontinentais, mas as coisas mudam rápido o suficiente pra passar a impressão de ser algo se não de outro planeta, pelo menos de outro tempo. Twin Peaks foi provavelmente a primeira coisa que baixei por torrent (o que definitivamente me parecia algo complicado e impossível como uma tecnologia de outro planeta) e agora não consigo lembrar por que me dei ao trabalho de escolher justamente essa série, já que ninguém que eu conhecia tinha visto e nem sei de onde veio meu interesse por ela (agora escrevendo isso percebo que é uma atitude que tem tudo a ver com meu perfil: investir tempo e esforço pra ver uma série doida e complicada que ninguém ouviu falar, textbook Anna Vitória).
Enfim, baixei as duas temporadas e comecei a assistir, mas não esperava que a série fosse me dar tanto medo. Nessa época eu já gostava muito de filmes de terror e nem sou uma pessoa que sente medo com facilidade, mas Twin Peaks me deixava desconfortável. Minha mãe não me deixava usar o computador de madrugada e eu levava isso a sério o suficiente pra usar o computador de madrugada de qualquer forma, mas sempre morrendo de medo de ser pega no flagra no meio da noite, o que contribuía com o desconforto de ver Twin Peaks. Estava lá eu de madrugada fazendo algo que não devia fazer e vendo uma série que era puro clima de coisa errada e desastre iminente.
Não que Twin Peaks possa ser definida como uma série de medo e coisas ruins, mas ela é justamente sobre a perturbação que um trauma pode desencadear num cenário aparentemente idílico e pacífico como a cidade de Twin Peaks. É quando Laura Palmer, a rainha do baile e menina dos olhos da cidade inteira, aparece morta, vítima de um assassinato brutal, que tudo naquela cidade de comercial de margarina (um comercial de margarina onde o paraíso é um chalé de outono com muito café, tortas de cereja e sapatinhos Oxford) começa a revelar seu outro lado, um lado sombrio e bizarro que definitivamente não é o que parece. É esse contraste que gera o desconforto -- isso e os vários momentos onde as coisas realmente ficam estranhas.
Meu computador ficava virado pra parede, uma posição muito vulnerável de se estar enquanto se assiste uma série tipo Twin Peaks de madrugada, quando você nunca sabe quando o Bob pode aparecer e correr na direção da câmera como se fosse te pegar ou sua mãe prestes a decretar um castigo de um fim de semana sem internet. Eu ficava tão perturbada assistindo que acabei abandonando depois da primeira temporada, pra só voltar um tempo depois, quando tinha 18 anos e já estava na faculdade. Foi na época que eu e meu primo Pedro ficamos obcecados pelo David Lynch e assistimos quase todos os filmes dele, deixando Twin Peaks reservada pra uma maratona nas nossas férias de julho. Acho que vimos as duas temporadas em mais ou menos uma semana, uma semana que montamos acampamento na sala de TV da nossa avó, uma semana que passamos inteira de pijamas vendo Twin Peaks da hora que acordávamos até hora de dormir. Ele pegou emprestado o box de DVDs da série com um amigo e antes de cada episódio tinha uma mensagem da Log Lady que ficávamos tentando decifrar entre os poucos intervalos que fazíamos entre um episódio e outro.
E quando a série acabou com aquele aviso (ameaça?) da Laura Palmer de que veria o Agent Cooper novamente dali 25 anos, nós ficamos pensando que seria incrível se a série realmente voltasse 25 anos depois -- em 2015, que parecia próximo o suficiente pra se alimentar alguma esperança, mas distante o bastante pra que nosso destino fosse tão indecifrável como o do Cooper depois daquele fim. Eu, que tinha acabado de começar a faculdade, só pensava que naquela altura já estaria formada (!), e quem saberia o que a vida poderia reservar?
E aí que pouco mais de 25 anos depois Twin Peaks realmente voltou e ainda que eu tenha acompanhado o desdobramento desse retorno desde que ele foi anunciado há alguns anos, custo a acreditar que isso realmente esteja acontecendo. Twin Peaks é tão única, específica e peculiar que é estranho pensar nela existindo fora daquele planeta dos anos 90. Como gosto muito da série e falo muito sobre ela, sempre me perguntam se vale mesmo a pena assistir, principalmente depois que o revival foi anunciado, e nunca sei muito bem o que responder. Como fã digo que sim, claro, ela é perfeita e o Agent Cooper vai mudar a sua vida, mas logo começo a encher a pessoa de ressalvas porque o ritmo da série é estranho, o desenvolvimento dela não foi dos melhores, o desfecho do assassinato é uma lambança e ela tem mais personagens do que a gente se dá o trabalho de querer acompanhar, etc. Tudo isso é real, mas o que me pergunto é se existe espaço para algo como Twin Peaks na televisão de hoje.
Parece o momento ideal, visto que estamos vivendo a Peak TV, em que a qualidade das séries nunca esteve tão alta, e Twin Peaks é criativa, original, ousada, sempre esteve léguas a frente do seu tempo e inventou coisas que até hoje fazem na TV, o que a torna perfeita pra esse nosso momento. Mas, ao mesmo tempo, pra gostar de Twin Peaks você precisa entender que alguns elementos do mistério nunca vão fazer sentido -- não por falha na execução da série, mas porque o David Lynch e o Mark Frost nunca quiseram dar todas as respostas, nunca quiseram que tudo ali fizesse sentido. Eles foram forçados a revelar o mistério de quem matou Laura Palmer no meio da segunda temporada por pressão do canal que a exibia a série, e ficou muito claro que eles não sabiam o que fazer depois disso, porque talvez a série nunca tenha sido sobre esse assassinato e eles não estava muito preocupados em descobrir quem era esse assassino.
Numa época onde tudo é destrinchado e analisado à exaustão, fico me perguntando se a gente está pronto pra uma série que se propõe a ser como um sonho daquela forma bem literal, que é reproduzir a forma como os sonhos muitas vezes não fazem sentido, com personagens que cochicham na ouvido uns dos outros e a gente nunca descobre o que eles disseram, e de repente tem um cavalo no meio da cena e ninguém sabe direito o que ele faz ali e nem vai saber. Pode ser uma experiência frustrante, principalmente para quem vai ter contato com a série pela primeira vez, mas pode nos ensinar muito sobre uma outra forma de se consumir televisão que acho que estamos esquecendo justo nesse momento tão absolutamente perfeito pra se assistir televisão.
Por um lado parece uma série perfeita pra se existir com o suporte da internet pra que floresça todo tipo de teoria maluca sobre o significado das coisas, mas não é isso que prevalece na nossa era de textões cheios de opinião, certezas e respostas. Como pessoa que faz parte da Indústria do Textão, o que me incomoda não é existência desse tipo de conteúdo, mas a forma como estamos lidando com eles. Pra ficar no universo das séries, vamos falar sobre 13 Reasons Why: li tanto sobre ela, voluntaria e involuntariamente, porque ela estava em todos os lugares, o tempo inteiro, na boca de tantas pessoas, com tantas OPINIÕES e CERTEZAS ABSOLUTAS E EXTREMAS que antes de começar a ver senti que já tinha um juízo mais ou menos formado a respeito dela. Desisti no quinto episódio em partes porque estava achando realmente ruim, mas também porque ela já tinha se esgotado depois de tanta informação, não havia nada que eu já não soubesse ou que me desse o que pensar. Mesma coisa com Girlboss.
Desconfio desse volume de think pieces urgentes sobre tudo porque precisamos de tempo para absorver as coisas, deixar que elas ganhem espaço dentro da gente, criar conexões com outros temas, e na urgência de falar sobre tudo, estar por dentro de todas as coisas e emitir opinião sobre elas estamos sacrificando possíveis ideias mais interessantes e originais em troca de algo pasteurizado, repetitivo, o que sacrifica até mesmo as séries muito boas e que merecem ser destrinchadas, como The Handmaid's Tale e American Gods, que tenho evitado de propósito pra ver se consigo acompanhar da forma como elas merecem, que é com atenção e tempo -- um tempo que não é nem de longe compatível com aquele demandado pelo nosso ritmo da internet que quer análises e respostas pra ontem.
Conversando sobre isso com amigas no Twitter, a Lorena sugeriu que a gente parasse de chamar think pieces por esse nome e passasse a tratá-los como Instant Reaction Without Any Reflection Piece, ou seja, um artigo instantâneo sem qualquer reflexão. E nem vou entrar na discussão de como essa pressa e necessidade de resposta nos tira a chance de enxergar nuances nas coisas, não só com relação à complexidade dos conteúdos, mas principalmente no juízo que fazemos deles. Amar e odiar alguma coisa são reações imediatas que têm pautado nossa opinião, mas ela pode ser muito mais interessante do que simplesmente exaltar ou jogar uma coisa no lixo sem muito critério.
E aí Twin Peaks. Assisti os dois primeiros episódios liberados pela Netflix (outra notícia que me deixou muito feliz: episódios semanais, na contramão do padrão de soltar tudo de uma vez) na segunda-feira, e na maior parte do tempo não fazia a menor ideia do que estava acontecendo. Foi como assistir a um pesadelo de duas horas do David Lynch, entendendo vagamente como tudo se conectava, se é que vai se conectar em algum momento, e foi uma experiência estranhamente satisfatória. Acho que estar disposta a assistir ao pesadelo de alguém é o equivalente cinematográfico a querer ler a lista de compras de um escritor querido, e é bem essa a minha relação com o David Lynch, o que torna minha opinião bastante enviesada, mas fiquei feliz de vê-lo inteiro ali, o que significa que não vamos ter respostas fáceis e o mais provável é que não tenhamos resposta alguma. Isso pra mim é um alívio, porque me tira dos ombros qualquer obrigação de formular algo sólido sobre ela (um tique que se apropria de qualquer pessoa que escreve sobre cultura, mesmo nas horas de folga) para simplesmente abandonar minhas certezas e aproveitar. Acho que muito do desconforto de assistir Twin Peaks (que se repete pra qualquer filme do David Lynch que eu assista) vem dessa incerteza, de absolutamente não saber onde estou pisando e não fazer ideia do que pode vir a seguir: pode ser tanto um susto na forma de Sarah Palmer aos berros ou um número musical bizarro, e não importa o quanto você entenda de televisão ou padrões de narrativa, nada vai te preparar pra nenhuma dessas experiências.
Os dois episódios apresentaram bastante sugestões de câmeras, representação e espectadores, principalmente aquela caixa/tela/portal pra uma outra dimensão em Nova York, o que pode ser uma dica que a série vai ter alguma coisa a dizer sobre mídia e a forma como consumimos essas mensagens, mas não dá pra saber. A única forma de se extrair alguma coisa substancial desse retorno de Twin Peaks é antes de qualquer coisa se entregar completamente à experiência, como uma ~experiência~ em televisão mesmo -- uma escolha que nem todo mundo vai ter o pique de fazer e ninguém é melhor ou pior por isso -- e ver no que dá. Ando tão saturada de informação que essa proposta pra mim é um luxo muito bem-vindo, um presente quase, e adoro a ideia de poder passar muito tempo pensando sobre aquele reencontro da Laura Palmer com o Agent Cooper pra no fim das contas nunca descobrir se entendi certo ou se foi tudo um sonho.
Como disse a crítica do AV Club (a única que tive disposição para ler e não foi à toa) repetindo uma das falas do primeiro episódio, não vamos analisar demais essa oportunidade e aproveitar a viagem.
Andava muito ansiosa com relação ao meu consumo de televisão ultimamente, com uma atenção difusa e fragmentada que me fazia parar um episódio no meio porque descobri que não estava prestando atenção naquela série porque fiquei pensando se não deveria estar investindo meu tempo livre em outra série mais importante ou relevante para o momento. Nunca fiz muita questão de estar por dentro de tudo, e às vezes me orgulhava justamente por não estar por dentro de nada (vide Anna Vitória de 15 anos começando a ver Twin Peaks enquanto o mundo começava a ficar obcecado por Breaking Bad), mas desde que o Valkirias nasceu tenho feito um esforço para estar por dentro pelo menos de algumas coisas e poder fazer parte das conversas.
Foi graças a esse esforço que assisti logo Big Little Lies, Crazy Ex-Girlfriend e The People vs. O.J. Simpson, três séries que amei, mas que também me fez perder tempo com as insuportáveis 13 Reasons Why e Girlboss, que nem tinham me interessado pra início de conversa, mas que dei play pra saber do que as pessoas estavam falando. Embora tenha gostado dos três episódios de Dear White People que assisti até agora e achar a abordagem da série essencial, não sei se a história que é o fio condutor é fraca e por isso perdi o interesse, ou o desânimo pode ser creditado à minha ansiedade de querer tirar dali alguma grande conclusão a ser verbalizada num texto de 3 mil palavras quando deveria estar simplesmente prestando atenção ao que ela tem a dizer.
Para aliviar um pouco dessa fissura de estar antenada com as SÉRIES porque tudo agora é SÉRIES, decidi num desses feriados voltar a assistir Mad Men e foi ~*sublime*~. Uma prova que Mad Men é um seriado para se ver devagar é justamente o tempo que ela cobre do seu início até o final, que são mais de 10 anos na vida dos personagens. Matthew Weiner está menos interessado nos acontecimentos imediatos e mais a fim de nos mostrar como aqueles personagens vão reagir a tudo que acontece com eles, de que forma eles são afetados pelo mundo e pela época, e a forma como eles se transformam nesse período que passamos com eles. São movimentos complexos, que não acontecem de um episódio para o outro, do mesmo jeito que na vida não mudamos, crescemos, nos transformamos e somos afetados pelas coisas de uma hora pra outra. E mesmo que só agora eu tenha chegado na metade da sexta temporada, mais de dois anos desde o fim da série, ainda encontro questões, temas e motivos para continuar pensando sobre ela e escrevendo a respeito.
Ao mesmo tempo, o último episódio que vi, The Crash, parece um barato interminável de drogas estimulantes digno de Twin Peaks (Todd VanDerWerff, meu crítico favorito do AV Club, começa o recap da seguinte forma: "What the ever-loving merciful fuck?"), com a maioria dos personagens chapados e seus pontos de vista fragmentados e confusos, e embora eu saiba que o Matthew Weiner é pretensioso (e competente) o bastante para ter feito tudo isso com um Grande Significado por trás, decidi não analisar além da conta a oportunidade que me foi dada para simplesmente curtir Ken Cosgrove tendo um meltdown enquanto dança sapateado.
Por fim, vi os pilotos de American Gods e The Handmaid's Tale e amei profundamente ambos, ainda que o segundo tenha me deixado aterrorizada da melhor e pior forma, mas escolhi deixá-los esperando até que eu estivesse plena o bastante pra apreciá-los como eles merecem. A segunda temporada de Master of None, que chegou tímida na Netflix (ainda bem!) depois de dois anos de espera, entraria nesse balaio também, mas por algum motivo (Aziz Ansari falando italiano!!!!) acabei dando play no primeiro episódio e foi impossível resistir ao resto. Master of None pode parecer um convite ao instant-reaction-without-any-reflection-piece, principalmente na primeira temporada, quando os episódios eram focados em temas bem determinados, e porque ela fala de questões contemporâneas que a gente adora discutir, como racismo, religião, machismo e família, mas isso tudo é conduzido com uma graça -- e falo graça no sentido de ser engraçado, já que é uma comédia, mas principalmente de graciosidade -- que nos leva a outros lugares que me agradam muito mais (não estou falando da Itália, mas também pode ser).
No fundo, a série é sobre o Aziz Ansari, através do seu personagem Dev, transitando por esses temas, pensando sobre eles, não como quem tem certeza absoluta de alguma coisa e quer provar um ponto, mas do ponto de vista de alguém inserido nesse mundo que também está descobrindo a forma como ele funciona, que está crescendo e ampliando aos poucos seus horizontes e sendo afetado pelas coisas que pensa, vive, vê e aprende com as pessoas ao seu redor. E ele tropeça, como tanta gente apontou e com razão, mas isso não invalida todos os outros pontos em que ela acerta de um jeito que a gente ainda não tinha visto na TV. E é possível ser as duas coisas ao mesmo tempo, olha só!
É uma abordagem honesta e delicada que me comove porque estamos vivendo umas coisas tão doidas, tão difíceis, tão sem rumo que essa brecha pra incerteza e vulnerabilidade é o única forma que quero olhar pro mundo no momento. Sei lá, eu amo esse homem.
Disco da Semana
Melhor do que Parece (O Terno): Um dia, no meio da tarde, do nada, a Clara me mandou uma mensagem assim: "Amiga. Você precisa urgentemente virar fangirl d'O Terno.". Sem contextos ou preliminares, só isso. Eu precisava virar fã d'O Terno. Já tinha ouvido a banda antes, já tinha ouvido muito a clara falar sobre O Terno antes, mas nunca com a atenção que eles merecem. E aí que esses dias vi uns stories de um show que eles fizeram em São Paulo e BATEU, mas bateu com tanta força que eu comecei a chorar ouvindo certas músicas, sem contexto, sem preliminares, só porque é muito isso aimeudeus que coisa linda. A Clara sempre disse que eles são a banda millennial perfeita e é verdade, as letras transitam muito por questões ~contemporâneas~ como culpa, vontade de escapar, cidade grande, tédio, com uma sonoridade de rock dos anos 60 e 70, e uma vUlNeRaBiLiDaDe que é toda esse momento que estamos vivendo agora. Esse disco tem sido um abraço gostoso e uma obsessão crescente, processo de fangirling concluído com sucesso e uma experiência que indico a vocês.
Músicas favoritas: todas, mas principalmente Volta, Nó, Não Espero Mais, Minas Gerais e Melhor do que Parece.
Links, Links, Links
Twin Peaks is not the show we've convinced ourselves it was;
One Projection: Harry Styles and the art of idealism (Mitski resenhou o disco do Harry no texto que eu mais queria ter escrito na vida);
Ufa, agora acabou!
Obrigada pela companhia e por chegar até aqui. Tá foda, né? Tá foda demais. São governos cambaleantes, exército na rua, atentado terrorista que mata adolescentes, o terrorismo de um prefeito que escolhe derrubar um prédio com pessoas dentro. Não sei nem o que dizer e como sempre não sei se deveria dizer alguma coisa, qualquer coisa, que não seja sobre isso. Talvez o que eu queria dizer fosse algo sobre incerteza e aprendizado, e como acho importante usar dessas duas coisas para entender o que está acontecendo e mudar as coisas; ou talvez o que eu realmente queira dizer é que sinto muito, sinto de verdade, e que tá foda, tá muito foda.
Hoje é aniversário da Stevie Nicks, fiquemos com essa imagem de amor e paz:
Stay beautiful, stay safe!
Yours truly,
Anna Vitória
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