para ler ouvindo phoebe bridgers - punisher
Hello stranger, como vai você?
Essa semana parei para tomar um café na rua e me dei conta de que era a primeira vez que fazia isso desde o início da pandemia. Estive em cafés nos últimos meses, mas não desse jeito: sozinha, ao final de um dia gostoso, sem qualquer propósito a não ser a vontade de parar num lugar bonitinho para tomar café e comer um pedaço de bolo.
Quantas comédias românticas começam exatamente assim? Quantas fotos de livro + café num cenário europeu você salvou no falecido We Heart It? Impossível olhar a cena sem automaticamente submetê-la a um filtro de clipe da Taylor Swift. Não por acaso esse é o ambiente favorito das fanfics, com a protagonista sempre com seu coque frouxo e um tipo de café preferido que exime os autores de qualquer trabalho para desenvolver sua personalidade para além disso. Está tudo ali naquele cappuccino, ou no café sem açúcar, na marca de batom vermelho deixada na xícara, ou talvez ela goste de chá e seja diferente de todas as outras.
Pedi um café coado simples e um pedaço de torta de morango. Lembrei do dia em que saí para tomar um café com uma amiga dos tempos de escola com quem havia perdido o contato. “Não vai me dizer que agora você é dessas feministas vegetarianas que só toma café sem açúcar”, ela disse, brincando, quando nosso pedido chegou. Rindo. Quase todas as minhas amigas podem ser descritas dessa forma hoje em dia.
A pessoa que idealizou o estabelecimento Le Café Com Chocolá Confeitaria Fina certamente mirou nesse exato eixo de romantização ao projetar o lugar. Com motivos franceses - a começar pelo nome - o café reflete esse ideal platônico que gente da minha laia insiste em cultivar de um dia largar tudo e abrir um café - ou pior ainda, um café com livraria. No entanto, bastava olhar o ambiente com cuidado pra notar alguns detalhes que faziam essa fantasia ruir de um jeito profundamente deprimente.
Tipo a prateleira com alguns livros que tenho certeza que ninguém nunca encostou - no máximo folheou com desinteresse enquanto esperava a fila do caixa andar. Ou então o cardápio com pouquíssimos itens de fato disponíveis, um atestado de alguém que mirou alto demais e precisou se adequar a uma demanda pouco inspirada. Perguntei para a garçonete sobre a quiche do dia e acho que fui a primeira pessoa a fazer essa pergunta na história do lugar.
A vitrine estava cheia de doces, numa quantidade e variedade absurdas, e eu pensava há quanto tempo eles deviam estar ali, nem fodendo que existe movimento o suficiente para dar conta daquilo tudo no intervalo de um dia. Acho que é por isso que demorei tanto para entrar naquele lugar, mesmo passando por aquela porta semanalmente durante anos. Com o tempo você aprende a farejar de longe essas idealizações corrompidas por uma realidade medíocre, o cheirão de pão de mel passado te alcança na esquina. É quase como detectar fachadas para lavagem de dinheiro em óticas com trinta anos de história.
Quase tudo em Uberlândia (MG) parece uma fachada meio oca de algo que nunca se realizou, como esse pastiche de café francês que às seis da tarde não tinha quiche, nem pão de queijo, nem pão na chapa, livros nas paredes que ninguém nunca folheou, atendentes que não sabem o que fazer com alguém ali que só quer sentar, pedir um café e passar horas lendo. É tipo uma Las Vegas em que alguém esqueceu de pagar a conta de luz por 30 anos, o cerrado fazendo as vezes de deserto. Queria conseguir descrever isso sem parecer arrogante e acho que só vou ser uma boa escritora se um dia conseguir o equilíbrio necessário entre realismo e delicadeza na hora de escrever sobre a exata sensação de crescer na minha cidade.
Reencontrei a Clara depois de dois anos. Quando conseguimos ficar sozinhas pela primeira vez, ela me perguntou sobre o que eu andava pensando, qual era a minha brisa naquele momento. Precisei pensar um pouco, até que lembrei. “Acho que nada mais tem aura”, respondi.
É verdade, tenho pensado muito que a aura não existe mais e Walter Benjamin estava certo. Só que não tenho conseguido me concentrar o suficiente para desenvolver algo além disso. Até comecei a ler A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica (rindo rindo dando risada) mas não consigo avançar mais do que duas páginas todos os dias antes de dormir. Virou nossa piada interna: leia teóricos anticapitalistas putos com o estado das coisas e durma em paz sabendo que tem alguém com raiva de tudo isso além de você.
Na falta de uma elaboração para chamar de minha, tudo o que me resta é ser consumida por uma sensação extremamente arrombada de desgosto enquanto tento curtir um café com bolo num estabelecimento de motivos parisienses no interior de Minas Gerais. Eu não disse antes pra não quebrar o clima, mas o café tava ótimo, o bolo também, o frio lá fora fez o ambiente parecer acolhedor com sua iluminação amarela; o problema é que antes de ir embora eu vi aquele piso com revestimento falso de madeira e fiquei puta de novo. Como é que pode nada mais existir?
Enquanto esperava o Uber aproveitei pra tirar uma foto espontaneamente forjada, uma foto que todo mundo já tirou, para postar depois no Instagram e ironizar o fato de estar postando uma foto que todo mundo já postou antes, ironizando esses signos de romantização do cotidiano enquanto forjo para mim mesma uma outra versão dessa mesma personagem do coque frouxo, dessa vez na forma de uma heroína cínica que quebra a quarta parede e debocha de tudo e todos, uma Phoebe Waller-Bridge de mim mesma. Olha eu aqui rindo desse falso café francês com a minha camisa da moda e minha bota comprada na Zara.
Acho que só vou ser uma boa escritora quando conseguir fazer a doçura prevalecer sobre o cinismo na hora de observar as coisas, como acontece em Fleabag. Já dizia o Padre Gato: o amor é para os corajosos, o romantismo exige esperança.
Esse negócio de aura é a desculpa que tenho usado atualmente para o fato de não conseguir mais escrever. O que me quebrou mesmo nem foi a leitura de A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica e sim o texto da Rayne Fisher-Quann sobre personagens fictícias, existência mediada e o impulso inescapável de transformar nossa personalidade em produto através das mídias sociais. Antes eu escrevia para romantizar a minha vida, para ser aquela garota do coque frouxo tomando café sem açúcar e sujando a xícara de batom vermelho por estar distraída demais com meu livro, à espera de algo acontecer. Era bobo, mas tinha uma certa pureza nisso. A Clara sempre diz que se hoje a gente escreve bem é porque nossa adolescência foi muito chata e escrever era uma forma de fazer as coisas parecerem melhores. Isso me lembra uma frase da Jia Tolentino num dos ensaios de Falso Espelho: “Comunicar uma identidade requer um grau de autoilusão.” Sinto falta disso.
“a gente consome tanto [conteúdo] atualmente que talvez a gente nem saiba o que significa existir como algo que não pode ser consumido. tive que parar de escrever no meu diário porque não conseguia parar de escrever para as pessoas que leriam aquilo depois que eu estivesse morta.”
Aprendi a escrever fazendo uma autoficção e, de um jeito ou de outro, ainda é o que gosto de fazer, mas isso tem se tornado cada vez mais difícil quando inserimos um componente econômico a essa performance de interioridade. Não sei mais como escrever na internet sem fazer de mim não apenas uma personagem, caricatura de mim mesma, mas também um produto que se valoriza no mercado a partir de curtidas, seguidores, assinantes, referências pop, hábitos e objetos que reivindico como parte da minha personalidade, ganhando autoridade e prestígio sempre que consigo ser bem sucedida nessa construção. A escrita (ou melhor, as plataformas de escrita) sempre funcionou assim, cada época de um jeito diferente, mas acho que antes era mais fácil se fazer de maluca e ignorar esse pano de fundo que se tornou mil vezes pior graças ao capitalismo na era digital.
Esse texto, por exemplo. Eu só queria falar sobre como tinha sido um dia bom, como me fez bem me levar para passear depois de tanto tempo. Estava lendo a newsletter da Lorde enquanto tomava meu café e sempre que ela manda esses e-mails fico com vontade de escrever igual. Ela falou sobre andar por Londres sozinha, horas e horas a esmo, apenas ela e a música tocando nos fones de ouvido. Aquela tinha sido minha tarde também, só que em Uberlândia (MG). Esses dias em que eu saio e fico horas e horas sozinha ao redor de muitas pessoas sempre fizeram parte da minha vida. No auge do isolamento, lembro que passar dias assim, sozinha na multidão, era uma das coisas que eu mais sentia falta. Aquela música da Phoebe Bridgers que aparece no início do texto foi escolhida por conta de um verso que sempre quis usar em algum texto: “I love a good place to hide/In plain sight”.
Ando um trapo atualmente, sentindo a estafa de todos esses anos, todos os esses traumas, grandes e pequenos, acumulados. Cansada, cansada, cansada. É o que eu digo pra todo mundo que me pergunta como eu tô. Sinto uma névoa na minha cabeça o tempo todo, queria poder me esconder assim como a narradora da música. Estou há meses sem conseguir nomear essa angústia específica e aí tudo fez sentido lendo uma newsletter antiga da Cristal, que cita a famosa Jenny Odell, padroeira das mulheres exaustas: "Essa conexão constante – e a dificuldade de manter qualquer tipo de silêncio ou interioridade – já é um problema."
Percebi que esse cansaço vem de uma falta que tenho sentido de mim mesma, falta de tempo e atenção para acessar essa interioridade e a falta que faz esse silêncio e a possibilidade de poder ouvir (ou calar) meu monólogo interior sem ser atravessada por notificações e estímulos digitais. Além dos passeios, a escrita cumpria essa função de aspirador de pó para a consciência, mas tem sido cada vez mais difícil chegar lá.
Você pode argumentar, com razão, que escrever e publicar na internet não é a única forma de escrever, mas acho que é hora de admitir para mim mesma que, ao menos no meu caso, o meio importa. Eu gosto da atenção e quando escrevo no meu diário sinto falta dos hiperlinks. Não sei se sou tão boa sem eles.
O estabelecimento Le Café Com Chocolá Confeitaria Fina fica no mesmo bairro onde cresci e para onde estou sempre voltando. Percorri aquelas ruas primeiro criança, com uma empregada segurando minha mão, me levando para as aulas de inglês, balé, sapateado, natação. Demorei anos para superar a mudança de bairro, evento que se confunde também com a separação dos meus pais e um grande revés financeiro na família. No texto de pretensões leves e genuínas que comecei a rascunhar naquela mesa com vista para a rua (pelo celular, o que não é nem um pouco Patti-Smith-escrevendo-em-seu-diário-em-cafés-pelo-mundo da minha parte), fiz a mesma piada sobre o que poderia fazer de mim uma boa escritora a partir daquela reflexão. Pensei que meu romance da Elena Ferrante deveria ter como ponto de partida esse eterno retorno para aqueles lados da cidade.
Lembro de escrever sobre esses pequenos rituais há alguns anos e chamá-los de “date comigo mesma”. Cringe. Algum tempo depois a expressão virou hashtag a partir de alguma influenciadora que abraçou a causa e quando lembrei desse pequeno fato foi como se eu sentisse meu pau metafórico murchar instantaneamente. Não tinha mais como desver e aí tudo parecia filtrado, perfeitamente moldado não só a uma versão romantizada de mim mesma a partir de um olhar ingênuo, pré-adolescente, mas a uma versão romantizada pronta para o consumo e facilmente atrelável a uma miríade de produtos que prometem ser a resposta a um mal estar que é muito mais profundo e estrutural. Meu e-mail está aberto a propostas, caso alguém se interesse.
Me pergunto até se essa angústia é puro ressentimento pelo fato de nunca ter conseguido aproveitar essa habilidade para me vender de uma vez e pelo menos fazer disso uma fonte de renda - até porque é o que faço para os outros todos os dias no trabalho. Sou estrategista de conteúdo, é o que diz no LinkedIn - e das boas, modéstia à parte. Rindo. A que custo, né? Divago.
No nosso reencontro, perguntei pra Clara qual era a brisa dela e ela disse que sentia falta do novo, da utopia, da curiosidade, do desconhecido, do erótico que vem do que não é familiar. Compartilho da brisa. Parece que tudo que tem agora ou é esvaziado ou é repetido. A aura não existe e eu não aguento mais a nostalgia. Ando tão atormentada com isso que esses dias inventei de ver Clube da Luta só por causa daquele monólogo inicial: tudo é uma cópia da cópia da cópia. Nada é real, tudo é distante. E pensar que teve uma época em que isso me fascinava.
Toda aquela newsletter que eu e a Clara escrevemos sobre o primeiro show do Harry Styles é sobre isso. Brincamos que aquela experiência - meninas vestidas de Harry, reações ensaiadas da plateia - era um doutorado de século XXI. Não consigo mais olhar pra isso tudo com fascinação, acho que esses dois anos tendo a vida mediada por telas, fazendo tudo parecer ainda mais de mentira, esgotou qualquer possibilidade de sentir algo além de um profundo sufocamento. Em outros tempos, até o pastiche triste de um lugar como o estabelecimento Le Café Com Chocolá Confeitaria Fina poderia ser interessante exatamente por ser ridículo.
(Imagino você aí do outro lado lendo todas essas coisas e me sinto uma figura meio quixotesca, metade garota deprimida, metade crítico branco véio da Folha maldizendo moinhos e peço perdão pelo transtorno)
Mês que vem farei minha primeira viagem internacional e tenho tido dificuldade até de pesquisar sobre as cidades que vou visitar, fico com medo de não sentir nada após ver tantas fotos com os mesmos ângulos repetidos em perfis de garotas que são também feministas-vegetarianas-café-sem-açúcar-batom-vermelho-coque-frouxo-festival-de-música-colecinadoras-experiências. Quero pelo menos me dar uma chance de ser surpreendida, acho que o que mais preciso é ver coisas que nunca vi antes, um descanso para o olhar e para a cabeça.
Talvez eu só devesse rolar na grama, beber água do Tejo, assim como meu namorado um dia bebeu água do Tâmisa do tanto que ficou alucinado por estar em Londres. Preciso de férias.
Essa angústia não é nova para mim, especialmente no que diz respeito à internet, escrita e Minha Vida Online. Das outras vezes tentei solucioná-la expondo todos esses argumentos e propondo no final um esforço de voltar ao que era antes, como se fosse uma questão de boa vontade. Pra internet ser legal de novo, lembram? Não acredito mais nisso. Não aguento mais as pessoas dizendo que a volta do Google Reader resolveria todos os nossos problemas (obrigada, Rodrigo Ghedin, por ter tido coragem de quebrar esse silêncio), ou a volta do Orkut, do Nokia com jogo de cobrinha, da TV Globinho de manhã, sei lá, como se existisse caminho de volta, como se não tivéssemos mudado fundamentalmente junto com e a partir dessas transformações.
Nos melhores dias, penso que a internet que a gente quer pode existir no mesmo esquema que Teresa de Lauretis propõe para a desconstrução do sistema de gênero: “nas práticas micropolíticas da vida diária e das resistências cotidianas que proporcionam agenciamento e fontes de poder ou investimento de poder”. Gosto de acreditar que esse pode ser meu espaço, mas, caralho, eu tô muito cansada.
Ironicamente, o Twitter é a única parte desse ecossistema que consigo enxergar com fascínio. Muito pela forma como meus neurônios já foram adestrados pela sua estrutura, sempre em busca do próximo rush de dopamina, minhas faculdades mentais completamente obliteradas por uma estrutura de pensamento fragmentada imposta pelo design da plataforma. Acho graça até disso - minha amiga Bárbara chama de ser tuiteira enquanto condição psíquica. Gosto de observar como as conversas se desenvolvem, ainda que essa dinâmica esteja dissolvendo o tecido democrático.
Consigo até enxergar uma certa aura em tuítes que trazem tantas camadas específicas e inexplicáveis de uma piada que seria necessário, sim, um doutorado de século XXI para chegar à raiz delas. Se for analisar friamente, meu arquivo de quase 102 mil posts naquela rede social pode ser a resposta para a minha urgência de registrar e narrar que estava ali o tempo inteiro, muito mais genuína em sua artificialidade inescapável do que uma newsletter da Lorde. Eu e a Clara sempre dizemos que a Sally Rooney brasileira vai ser a pessoa que conseguir fazer disso um romance.
Daqui 30, 50, 100 anos pode ser que para decifrá-lo seja necessário um arcabouço teórico do nosso tempo - do meu recorte demográfico específico de tempo - parecido com o repertório que usamos hoje para entender os grandes romances do passado. Ser uma geração de transição completamente perdida no personagem pode ser o nosso legado, junto com ripas de madeira falsas, asas de borboleta grafitada nos muros, filtros do Instagram e fragmentos de músicas que hitaram no Tiktok.
Da minha parte, quando eu morrer, quero que transformem meus tuítes em livro. Acho que essa é aminha verdadeira chance de ser uma escritora de verdade.
Enfim. Stay beautiful!
Yours truly,
Anna Vitória
que maravilhoso o seu texto, parabéns, fica aqui minha contribuição para sua micro dopamina
Cai nessa edição da news super por acaso. Aquela história de um link que leva a outro e a outro e de repente vc chegou na deepweb. Enfim, comecei despretensiosamente a ler seu texto e agora preciso lidar com a terrível sensação de COMO PODE NENHUMA EXPERIÊNCIA DO MUNDO SER INDIVIDUAL? Como pode todas as nossas referências serem EXATAMENTE as mesmas. TODOS os pensamentos que passaram na sua cabeça já terem passado exatamente iguais na minha? Aquela história de que pra entender um tweet da escriba do umbral precisa ser muito cronicamente online (e como sei que nenhuma experiência é individual e nossas mentes foram permanentemente danificadas de maneira muito semelhante, sei que você conhece a escriba do umbral), pra entender essa news precisa muito ter nascido no final dos anos 90 e lido capricho na infância e adolescência e seguido blogs de moda e ter sido obcecada por blogueiras e ter feito um curso superior de humanas e trabalhar com algo da economia criativa que envolva a internet. E no final de tudo ainda precisa ter lido Elena Ferrante e ter tido a vida mudada um pouquinho por isso.
Me traz algum alívio pensar no seu conforto em ler Walter Benjamin, porque todas as minhas tentativas de ler “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” me fizeram questionar se eu realmente havia sido alfabetizada. Talvez exista sim uma ou outra experiência autêntica, afinal. Embora sei de muita gente que não consiga entender uma única linha de Benjamin também.
Enfim, obrigada por ter colocado em palavras todas as angústias que me afligem vez em sempre. E venho do outro lado do mundo (uma breve vida sem redes sociais) dizer que as coisas quase, apenas quase, parecem ter mais aura quando não somos bombardeados com fotos, tweets, filtros e tiktoks dos melhores lugares para conhecer na cidade X.