eu to apaixonada pelo jeito que você escreve!! é isso, "olho com carinho para essa época em que tudo parecia muito importante, mas nada era importante de verdade.", fui lendo seu texto e me vendo tanto em Selin, em você, é tão bom se sentir normal, deu vontade de ler esse livro também!
Li o texto gritando "disse tudo!!!!". Embora nada acontecesse, não consegui largar A Idiota até chegar no final. A cada página me sentia atacada e rebobinava o VHS da transição aos 20 e poucos sentindo um pouco de vergonha alheia. Porque fui um pouco Selin. Também vivia demais dentro da minha cabeça e me sustentava pela escrita, e absolutamente tudo parecia mais grandioso do que realmente era. Por essa perspectiva, Elif Batuman foi genial pois construiu um retrato preciso do que é sair da escola, descobrir o universo acadêmico e desbravar o bicho de sete cabeças que as pessoas mais velhas parecem ser para nós. Me achava muito esquisita por não estar pegando geral e "vivendo" as coisas, e ler a Idiota curiosamente normalizou essa esquisitice pois talvez nem fosse tão anormal assim. Só estava em outra vibração, ocupada demais em investir nas narrativas e escrever bonito e assustada diante de qualquer oportunidade de ser agente do mundo real. Você traduziu meus sentimentos com relação ao livro com maestria, amiga. Essa edição tá puro ouro (como tudo que você escreve!!!) <3
Quando eu era adolescente eu tinha facilidade em ler "livros chatos" - romances de costumes, fluxo de consciência, todas essas histórias onde "nada acontece". Depois da faculdade perdi meus poderes de leitora, e por muito tempo não ousei encarar leituras desse tipo porque eu sabia que EU não estava com cabeça pra aquilo... mas nunca deixei de entender o apelo ou o valor, e me enlouquecia quando alguém dizia que "essa história não tem conflito", como se reflexões, apreensão, antecipação, desejos, decepções e descobertas fossem um grande nada.
Não acredito que finalmente encontrei o clubinho de pessoas que viveram a juventude todinha na própria cabeça, hiper analisando interações minúsculas até torná-las importantes para criar uma narrativa e se sentindo deslocada na grande maioria das conversas sobre namoricos.
Comecei esse livro, larguei antes da metade, mas agora fiquei com vontade de recomeçar. Acho que não era minha hora de lê-lo, os livros que escolhem a gente.
No comentário que fiz sobre A Idiota quando terminei de ler foi que se alguém escrevesse um livro sobre seria como ele: desinteressante e tedioso. HAHAHAHA Eu seria a pessoa para quem você não indicaria o livro. E olha que gosto de livros em que nada acontece, mas esse não me pegou. Apesar de ser bem escrito nada mais me chamou a atenção. As discussões sobre linguagem, momentos históricos ou culturais. Acho que o meu problema foi com a voz de Selin já que acho Svetlana e Ivan mais interessantes. Até aponto que se esse marasmo como processo de amadurecimento do personagem foi a intenção da autora ela acertou em cheio. Para a maioria de nós a vida é assim sem grandes acontecimentos. Os dias correm normalmente com um ou outro ápice, um evento importante. O problema é que alguma forma tentamos validar, dar destaque só aquilo que é grandioso. A metáfora sobre a montanha-russa funciona bem para apontar as questões sobre a vida e seus acontecimentos. Fico aqui pensando se nos livros sequentes (acho que vai ser um trilogia, né?) Selin fica mais interessante. Se ficasse eu daria uma chance. HAHAHAHA
me senti muito validada!! tava pensando essa semana que minha personalidade não era muito sobre as minhas histórias e mais sobre as minhas opiniões justamente por causa desse sentimento que você descreveu
vou imediatamente ler o livro também amo quando Nada Acontece
eu to apaixonada pelo jeito que você escreve!! é isso, "olho com carinho para essa época em que tudo parecia muito importante, mas nada era importante de verdade.", fui lendo seu texto e me vendo tanto em Selin, em você, é tão bom se sentir normal, deu vontade de ler esse livro também!
Li o texto gritando "disse tudo!!!!". Embora nada acontecesse, não consegui largar A Idiota até chegar no final. A cada página me sentia atacada e rebobinava o VHS da transição aos 20 e poucos sentindo um pouco de vergonha alheia. Porque fui um pouco Selin. Também vivia demais dentro da minha cabeça e me sustentava pela escrita, e absolutamente tudo parecia mais grandioso do que realmente era. Por essa perspectiva, Elif Batuman foi genial pois construiu um retrato preciso do que é sair da escola, descobrir o universo acadêmico e desbravar o bicho de sete cabeças que as pessoas mais velhas parecem ser para nós. Me achava muito esquisita por não estar pegando geral e "vivendo" as coisas, e ler a Idiota curiosamente normalizou essa esquisitice pois talvez nem fosse tão anormal assim. Só estava em outra vibração, ocupada demais em investir nas narrativas e escrever bonito e assustada diante de qualquer oportunidade de ser agente do mundo real. Você traduziu meus sentimentos com relação ao livro com maestria, amiga. Essa edição tá puro ouro (como tudo que você escreve!!!) <3
Elif Batuman já escreveu algo sobre o Vampire weekend acho que no the guardian. ☝️
Quando eu era adolescente eu tinha facilidade em ler "livros chatos" - romances de costumes, fluxo de consciência, todas essas histórias onde "nada acontece". Depois da faculdade perdi meus poderes de leitora, e por muito tempo não ousei encarar leituras desse tipo porque eu sabia que EU não estava com cabeça pra aquilo... mas nunca deixei de entender o apelo ou o valor, e me enlouquecia quando alguém dizia que "essa história não tem conflito", como se reflexões, apreensão, antecipação, desejos, decepções e descobertas fossem um grande nada.
Não acredito que finalmente encontrei o clubinho de pessoas que viveram a juventude todinha na própria cabeça, hiper analisando interações minúsculas até torná-las importantes para criar uma narrativa e se sentindo deslocada na grande maioria das conversas sobre namoricos.
Comecei esse livro, larguei antes da metade, mas agora fiquei com vontade de recomeçar. Acho que não era minha hora de lê-lo, os livros que escolhem a gente.
Por acaso faz poucos dias que terminei A Idiota e não poderia concordar mais
No comentário que fiz sobre A Idiota quando terminei de ler foi que se alguém escrevesse um livro sobre seria como ele: desinteressante e tedioso. HAHAHAHA Eu seria a pessoa para quem você não indicaria o livro. E olha que gosto de livros em que nada acontece, mas esse não me pegou. Apesar de ser bem escrito nada mais me chamou a atenção. As discussões sobre linguagem, momentos históricos ou culturais. Acho que o meu problema foi com a voz de Selin já que acho Svetlana e Ivan mais interessantes. Até aponto que se esse marasmo como processo de amadurecimento do personagem foi a intenção da autora ela acertou em cheio. Para a maioria de nós a vida é assim sem grandes acontecimentos. Os dias correm normalmente com um ou outro ápice, um evento importante. O problema é que alguma forma tentamos validar, dar destaque só aquilo que é grandioso. A metáfora sobre a montanha-russa funciona bem para apontar as questões sobre a vida e seus acontecimentos. Fico aqui pensando se nos livros sequentes (acho que vai ser um trilogia, né?) Selin fica mais interessante. Se ficasse eu daria uma chance. HAHAHAHA
Já quero ler esse livro faz tempo e lendo o que você escreveu me deu ainda mais vontade de mergulhar nele. Adorei demais essa edição <3
me senti muito validada!! tava pensando essa semana que minha personalidade não era muito sobre as minhas histórias e mais sobre as minhas opiniões justamente por causa desse sentimento que você descreveu
vou imediatamente ler o livro também amo quando Nada Acontece
meu deusss i feel seen!! a idiota também cumpriu muito esse papel pra mim, embora eu não tivesse conseguido articular tão bem. obrigada pelo texto! 💞