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Avatar de Caroline Mendes

Seu texto me tocou profundamente porque tenho cada vez mais certeza que nossas dores em procedimentos ginecológicos não são levadas a sério justamente porque somos mulheres. Da primeira vez, um ginecologista mais velho, que consultava parte das mulheres da minha família, me disse que teria de fazer uma cauterização e, sem me avisar, colocou o ácido para fazer o procedimento. Na mesma hora, meus olhos encheram de lágrimas com a dor totalmente inesperada. Ele viu e disse: "ah, vai chorar? nem dói assim". Da segunda vez, já com outra médica, precisei fazer uma biopsia do útero. Mais uma vez uma dor alucinante (estão retirando UM PEDAÇO DO ÚTERO!) e ela não conseguiu pinçar um tamanho suficiente. Quando foi tentar de novo ela me perguntou se eu queria uma anestesia. Como assim, essa possibilidade EXISTIA?? De verdade, a nossa dor não é levada a sério. Se qualquer um desses procedimentos fossem feitos em homens, os caras teriam direito à anestesia geral e duas semanas de atestado...

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Avatar de Thaís Ferraz

Me senti especialmente contemplada nesse texto (belissimamente escrito). Eu também fui uma criança que ~não teria sisos~, até que aos 20 e poucos anos, brotou uma dor horrorosa na minha mandíbula esquerda e lá estava ele, o filho único que não tinha sido prometido. Me senti traída pela minha anatomia, principalmente por ter resistência a anestesia em geral (5 cirurgias na vida e a gente descobre rapidinho que isso é possível), o que fez do procedimento uma experiência muito mais assustadora (depois do máximo possível de anestesia aplicada, eu ainda sentia dor e não tinha o que fazer, o dentista tirou o dente no “cru” mesmo e eu que lutasse com o inchaço e dor depois).

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